14º Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 4º Congresso Internacional de Medicina de Urgência de Emergência

14º Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 4º Congresso Internacional de Medicina de Urgência de Emergência

MINASCENTRO - Belo Horizonte /MG | 04 a 06 de Outubro de 2017

Dados do Trabalho


Título

Demência rapidamente progressiva associada ao HIV, Relato de caso.

Fundamentação/Introdução

É comum o desenvolvimento de alguma forma de desordem neurocognitiva nos pacientes HIV, chegando até 52% de acometimento numa média de idade de 43 anos, porém apenas 2% desenvolvem demência franca. O tratamento antiretroviral pode retardar o inicio do quadro demencial, podendo até reverte-lo a níveis brandos.

Objetivos

Relatar caso ocorrido no Hospital Getúlio Vargas, Recife, em julho de 2016.

Delineamento/Métodos

Estudo descritivo do tipo relato de caso baseado em dados obtidos através de anamnese, exame físico e exames complementares, associado a revisão na literatura.

Resultados

Paciente, 59 anos, sexo feminino, admitida com quadro de emagrecimento, perda de memória, dificuldade de deambulação e diminuição da interação há cerca de 2 anos da admissão. Evoluiu com piora significativa dos sintomas nos últimos 2 meses. Acompanhante negava comorbidades. Exames admissionais revelaram anemia, leucopenia e um teste rápido positivo para HIV. Ressonância Magnética de crânio evidenciou acentuação dos sulcos entre os giros cerebrais e coleção subdural em hemicrânio esquerdo com maior espessura de 1,1cm e discreto desvio de linha média.Foi avaliada por equipe de neurocirurgia que contra-indicou abordagem cirúrgica, não relacionando sintomatologia com hematoma em questão. Foi realizado Eletroencefalograma que mostrou redução na amplitude elétrica de base com lentificação difusa compatível com quadro demencial e colhido LCR que não mostrou alterações significativas. Durante internamento paciente evoluiu com lesões de pele bolhosas, quadro atribuído a Síndrome de Stevens Johnson, obtendo melhora após retirada de Bactrim ( profilaxia para Pneumocistose). Foi então iniciada terapia antiretroviral e paciente evoluiu com melhora significativa de sintomas neurocognitvos.

Conclusões/Considerações finais

A demência associada ao HIV ocorre predominantemente em pacientes não tratados e com infecção avançada , é caracterizada por disfunção subcortical com comprometimento da atenção-concentração, memória, velocidade, precisão psicomotora e sintomas depressivos. O diagnóstico requer avaliação para distúrbios pré-existentes ou alternativos que possam explicar o déficit cognitivo, incluindo outros distúrbios neurodegenerativos, transtornos psiquiátricos primários , causas infecciosas, hipotireoidismo e deficiência de B12, sendo assim um diagnóstico de exclusão. O Tratamento com antirretrovirais está associado a melhora neurológica e cognitiva e constitui a terapia padrão, apresentando tanto valor preventivo como terapêutico.

Palavras Chaves

HIV, Demência, Stevens Johnson

Área

Clínica Médica

Autores

MARILIA CAROLINA BRAGA DE MOURA, JEANNE THAYS LIMA XAVIER, RODRIGO MEDEIROS BARBOSA ARRUDA