Relato de Caso sobre a singularidade da evolução de paciente portadora de Esclerose Múltipla ao longo de 31 anos
Introdução
A Esclerose Múltipla (EM) é uma doença crônica,multifatorial,predominantemente genética-autoimune,causando degeneração neuronal progressiva e inflamatória.O tipo de evolução e a velocidade de progressão são variáveis,dependentes de fatores ambientais,genéticos,de diagnóstico e tratamento precoces ou tardios.
Objetivo
Relatar evolução singular de EM e influenciar estudos relacionando a evolução da doença aos hábitos de vida.
Descrição do Caso
Estudo observacional,descritivo de paciente em Fisioterapia.Sexo feminino,54 anos,branca,natural e residente de Franca-SP,solteira, aposentada, plano de saúde SUS.
Orientada no tempo e espaço,responsiva,deslocamento autônomo,cuidadora da mãe acamada e do pai.Responsável por seu autocuidado,por finanças e afazeres domésticos,além de organizar seu tratamento no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto.
Diagnosticada com EM em 1986,há 31 anos,devido amaurose bilateral transitória em surto da EM tipo Recorrente/Remitente em seu período pós-natal (G1P1A0).
Fez uso de Interferon beta-1a e hoje usa Interferon beta-1b desde 2002,associado a Fingolimode após falha terapêutica comprovada em Ressonância Magnética de Encéfalo em 2014,detectando lesões de alta destrutividade com atividade inflamatória tanto no parênquima encefálico como na substância branca cerebral,corpo caloso,tronco e cerebelo.
A paciente apresenta leve esquecimento de fatos recentes,embora a memória remota esteja preservada.Mostrou esquecimento à contagem de sequências dos exercícios na fisioterapia,contudo, com capacidade motora intacta.
Testes de força e tonicidade de todos os membros preservados.Soma-se a isto a indicação à fisioterapia somente 31 anos após o diagnóstico,a fim de retardar mais a perda de autonomia e da funcionalidade,e não para estabilizar surtos da EM.
Sem alteração nos testes sensoriais,motores,marcha e equilíbrio.No entanto, os reflexos patelar e tendíneo não são simétricos,com hiporreflexia no membro inferior esquerdo,além de incoordenação do membro superior direito nos movimentos de rotação.
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Conclusão
A evolução da paciente é singular,com 2 surtos em 31 anos,estável,preservando suas habilidades física e cognitiva.O que se deve a diagnóstico e tratamento precoces, responsabilidade de autocuidado e cuidado de pais altamente dependentes. Assim,o ambiente estimulador de atividades motoras e cognitivas associado ao tratamento farmacológico pode ter impacto modificador do curso natural da EM.
Palavras Chaves: Esclerose Múltipla; habilidades físicas e cognitiva; fatores ambientais; autonomia, funcionalidade.
Clínica Médica
Felipe Pimenta Rodrigues, Taciana Carreiro de Aquino