14º Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 4º Congresso Internacional de Medicina de Urgência de Emergência

14º Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 4º Congresso Internacional de Medicina de Urgência de Emergência

MINASCENTRO - Belo Horizonte /MG | 04 a 06 de Outubro de 2017

Dados do Trabalho


Título

AGRANULOCITOSE INDUZIDA POR METIMAZOL

Fundamentação/Introdução

Introdução/Fundamentos: O hipertireoidismo é uma doença comum com prevalência na população de 0,2% a 0,5%, sendo o Metimazol o tratamento de escolha na maioria dos casos. As tiouréias podem cursar com um efeito colateral raro denominado agranulocitose, que ocorre em 0,2 a 0,3 % dos casos, sendo que entre 2 a 4% dos pacientes evoluem para óbito. Tal efeito ocorre independente da idade, dose e duração do tratamento. Os sintomas mais frequentes são manifestados por infecções, principalmente de orofaringe. Diante da elevada prevalência do hipertireoidismo e da gravidade do efeito colateral que pode ser ocasionado pelo seu tratamento, é de extrema importância a abordagem do tema e conhecimento da classe médica para uma intervenção precoce.

Objetivos

Objetivos: Descrever uma complicação rara secundária ao tratamento do hipertireoidismo que deve ser lembrada para evitar um desfecho fatal ocasionado por infecções.

Delineamento/Métodos

Delineamento/Métodos: Relato de caso.

Resultados

Resultado: Paciente feminina, 47 anos, em tratamento de hipertireoidismo com Metimazol 10mg/dia. Em exames laboratoriais prévios ao uso de medicação apresentava leucócitos de 3360 cels/ mm³ e hemoglobina (Hb) de 12 mg/dl. Após 2 meses de tratamento, paciente apresentava Hb= 11,9 mg/dl, Leucócitos de 1550 cels/mm³ (neutrófilos(N)=221), sendo então suspensa a medicação. Após 1 mês sem a droga a paciente apresentava Hb=12,5mg/dl, Leuc=4430 cels/mm³(N= 2481), sendo considerado pelo hematologista agranulocitose induzida pelo Metimazol. Após 3 meses sem tratamento, paciente retorna sintomática ao endocrinologista, com hormônio tireoestimulante de 0,01mU/l e tiroxina livre de 3,33ng/dl, sendo reintroduzido o Metimazol 30mg/dia. Após 1 mês de uso, paciente apresentou quadro de coriza, congestão nasal e odinofagia e após 3 dias apresentou dor lombar à direita associado a oligúria, hipotensão, sensação febril e vômitos. Procurou o pronto atendimento em regular estado geral, sudoreica, descorada, taquicárdica, taquidispneica e com dor à palpação de flanco direito. Em exames laboratoriais apresentava Hb= 9,1, Leuc= 230(N= 0) e urina sugestiva de infecção. Paciente evoluiu com choque séptico de foco urinário e óbito em menos de 24 horas.

Conclusões/Considerações finais

Conclusões/Considerações finais: As consequências graves do uso de medicações antitireoidianas podem ser evitadas pelo diagnóstico correto e precoce. Assim, considerando que a triagem de rotina não é recomendada, torna-se imprescindível alertar o paciente para os sintomas desta complicação.

Palavras Chaves

METIMAZOL ; EFEITO COLATERAL; AGRANULOCITOSE ;

Área

Clínica Médica

Instituições

FACULDADE DE MEDICINA DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO - São Paulo - Brasil

Autores

CAMILA CUNHA GONZAGA, LUIZ GUILHERME GONÇALVES BERNARDI, ANA LAURA JORGE SILVA, RAFAEL NUNUES DE OLIVEIRA