INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO COM SUPRADESNIVELAMENTO DO SEGMENTO ST EM PACIENTE DIABÉTICO TIPO 2 LEVANDO À CETOACIDOSE DIABÉTICA
Introdução: Os pacientes diabéticos representam uma população de pacientes única que está em alto risco de desenvolver doença arterial coronariana (DAC) e morte cardiovascular. A cetoacidose diabética (CAD) é uma das complicações graves do diabético tipo 2 e frequentemente está associada com estados pró-inflamatórios e pró-coagulantes importantes, neste contexto, a CAD é uma emergência médica importante e pode causar alterações no eletrocardiograma, O infarto do miocárdio (IM) é um precipitante, incomum, mas bem reconhecido, da CAD, responsável por 1% dos casos. No entanto, o IM e insuficiência cardíaca congestiva representam 28% das mortes na CAD.
Objetivos: Relatar um caso de cetoacidose diabética ocasionado por IAMSST.
Descrição Do Caso: Paciente masculino, 43 anos, diabético, procurou atendimento médico com queixa de dor torácica e dispnéia há 6 horas. Ao exame físico bom estado geral, Glasgow 12, saturação de 02 97%, rcr, 2t, bnf, sem sopros, FC: 89bpm, tórax atípico, murmúrio vesicular universalmente audível, taquipnéico, abdome inocente. Diagnosticado Infarto Agudo Miocárdio Supra ST (IAMSST) após realização de eletrocardiograma (fig. 1) com evidencia de supradesnivelamento do segmento ST em D2, D3, AVF e V3R, e dosagem de enzimas cardíacas elevadas. Os exames laboratoriais do paciente apresentatam: glicemia = 720, ph=7,1 e bicarbonato=9,2, prescrito medidas iniciais para CAD e iniciado protocolo de IAMSST.
Durante a internação paciente realizou cateterismo cardíaco, com evidencia de obstrução total do terço médio do ramo VP e DP da coronária direita com grande carga trombotica e obstrução de 60% no terço médio da DA mantido com dupla antiagregação plaquetaria e anticoagulação plena e optado por tratamento clinico após alta e seguimento angiográfico posterior.
Conclusão: Em nosso paciente com IAMSST que não apresentava evidência de doença aterosclerótica ou de um estado hipercoagulável herdado, suspeitamos que a exacerbação de tendências hipercoaguláveis pré-existentes observadas em diabéticos com CAD fosse responsável pelo evento, não podendo descartar a possibilidade de que o IM seja a causa e não o resultado da CAD.
cetoacidose diabética, infarto agudo do miocárdio
Clínica Médica
Hospital Geral Universitário - Mato Grosso - Brasil
Maria Elisa Duarte Nadaf, Nathália Suzan Camarão Silva Martins, Marcos Rezende de Jesus Teixeira, Gilmar Antônio Coelho Damin, Felipe Zarour Amorim