14º Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 4º Congresso Internacional de Medicina de Urgência de Emergência

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MINASCENTRO - Belo Horizonte /MG | 04 a 06 de Outubro de 2017

Dados do Trabalho


Título

Pericardite pós-parto: diagnóstico, evolução e tratamento de paciente. Relato de Caso

Fundamentação/Introdução

O pericárdio é uma dupla membrana formada por um folheto visceral e uma lâmina parietal fibrosa, contendo líquido pericárdico, que recobre e protege o coração e os grandes vasos. A pericardite pode ser de origem intrínseca ou secundária. Segundo a Sociedade Europeia de Cardiologia (ESC, na sigla em inglês), os objetivos dos protocolos de rastreio são identificar os quadros de pericardite e derrame pericárdico e permitir uma mais precisa triagem dos casos de mais alto risco. De acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), a gravidez faz parte do grupo de situações incomuns ou síndromes raras que podem causar pericardite.

Objetivos

Relatar um caso de pericardite pós-parto e realizar uma revisão crítica sobre a pericardite por meio de levantamento nas bases de dados Medline, Lilacs, Google Acadêmico e SciELO.

Delineamento/Métodos

Paciente, feminino, 23 anos, leucoderma, G3Pc2A1, admitida para cesárea eletiva, evoluiu com quadro de pré-eclâmpsia pós-parto tratada segundo as diretrizes vigentes. Sem histórico de etilismo, tabagismo ou patologias prévias. Retorna após 5 dias de sua alta com quadro de dor torácica ventilatório dependente, associada à cefaleia e dispneia. Ao exame físico em bom estado geral, eupneica, acianótica e ausculta cardíaca com atrito pericárdico.

Resultados

Realizada rotina laboratorial, radiografia de tórax, eletrocardiograma (ECG) e ecocardiograma transtorácico (ETT). Apresentava-se com D-dímero positivo (escore de Wells de três pontos). ECG com alterações difusas da repolarização ventricular, com inversão de onda T e supradesnivelamento do segmento ST, poupando V1 e aVR. Ao ETT apenas espessamento pericárdico e derrame leve, sem repercussão hemodinâmica. Angiotomografia de tórax constatando derrame pericárdico de pequeno volume, sem sinais de tromboembolismo pulmonar. Feito diagnóstico, iniciou-se o tratamento com ácido acetilssalicílico associado à colchicina. Evoluiu com melhora clínica. Solicitou-se sorologias para Epstein Barr vírus (EBV), Citomegalovírus (CMV), fator antinuclear, anti DNA dupla-hélice, anti-SM, anticorpo RNP, pesquisa de fator V de Leiden e cardiolipina, descartando-se lúpus eritematoso sistêmico e síndrome do anticorpo antifosfolipídio.

Conclusões/Considerações finais

A ocorrência de pericardite pós-parto é situação especial e incomum, devendo-se instituir diagnóstico e tratamento precoce, com correto manejo visando bem-estar materno.

Palavras Chaves

Pericardite, dor torácica, gestação, pós-parto.

Área

Clínica Médica

Autores

Dayane Quintino Vasconcelos, Luilson Geraldo Coelho Junior, Lucas Alves Teixeira Oliveira, Murilo Luiz Louzada Brandão, Estevão Tavares Figueiredo