Síndrome Neroléptica Maligna por Quetiapina – Relato de Caso
Introdução: A síndrome neurolética maligna é uma reação idiosincrásica rara, extremamente grave e potencialmente fatal ao uso de antipsicóticos, tanto típicos quanto atípicos, bem como drogas de ação dopaminérgica. A incidência varia entre 0,02% a 2,4%, sendo menos comum os casos relatados com antipsicóticos atípicos.
Objetivos: Relatar um caso de síndrome neuroléptica por quetiapina, antipsicótico atípico o qual é raro a ocorrência, enfatizando as dificuldades diagnósticas.
Delineamento/Métodos: Estudo descritivo básico (Relato de caso): coleta de informações em prontuário "sistema MV" e revisão bibliográfica em base de dados.
Resultados/Descrição Caso Clínico: A.M.S.S., 76 anos, sexo feminino, recém diagnosticada com esquizofrenia, iniciado tratamento com Quetiapina 125 mg ao dia aproximadamente 50 dias anteriormente ao evento. Paciente morava sozinha, foi encontrada pelos filhos caída ao solo com liberação esfincteriana e com rebaixamento do nível de consciência, deu entrada no Pronto Socorro com confusão mental, disfagia e tetraparesia, onde foi realizado TC de crânio, a qual veio sem alterações agudas. Internada com hipótese diagnóstica inicial de acidente vascular cerebral isquêmico (AVCi). Exames realizados na admissão hospitalar evidenciaram leucocitose discreta, sem desvio a esquerda, eletrólitos dentro da normalidade, função renal sem alterações. Evoluiu com febre, mantendo confusão mental, disfagia, tetraparesia com enrijecimento muscular e afásica. Realizado screening infeccioso, com exames todos dentro da normalidade. Devido diagnóstico e início recente de uso de neurolético foi solicitado CPK, a qual veio 576 e no dia seguinte 1263. Sendo suspenso o uso da quetiapina. Após resultado de RM de crânio, foi descartado doeças do sistema nervoso central. A partir de então a primeira hipótese diagnóstica se tornou a síndrome neurolética maligna consequente ao uso de quetiapina. Após suspensão de quetiapina paciente evoluiu com melhora do quadro clínico, porém evoluiu com complicações decorrentes da internação e do quadro anterior.
Conclusões: A síndrome neurolética maligna apresenta altos índices de mortalidade, necessitando de um diagnótico precoce, porém o diagnóstico não é tão simples, fundamenta-se em critérios clínicos e laboratoriais além de exclusão de outras condições médicas gerais ou psiquiátricas que melhor expliquem os sintomas. Necessitando de uma anamnese e um exame físico muito bem feitos para guiar o diagnóstico da forma correta.
Síndrome neuroléptica maligna / quetiapina / antipsicóticos atípicos
Clínica Médica
JULIA OLIVEIRA CORDEIRO, CRISTIANE GIGLIO de CARVALHO, MICHELE MARIE MATSUOKA, BEATRIZ LOPES FRANCO, JULIANE MASCHIETTO SUSSAI