Propedêutica e terapia medicamentosa no Infarto Agudo do Miocárdio com coronárias livres de processo aterosclerótico, ocasionado por angina vasoespástica: Um relato de caso.
Com o grande avanço da medicina nos últimos 50 anos, obteve-se técnicas apuradas para o diagnóstico do Infarto Agudo do Miocárdio (IAM); sendo que, até 10% desses pacientes podem apresentar coronárias livres de processo aterosclerótico, tendo como uma das principais etiologias o vasoespasmo. Para seu diagnóstico é indispensável a angiografia de coronárias. Uma vez diagnosticado, há tratamento clínico direcionado com o uso de bloqueadores de canais de cálcio.
Elucidar a forma de diagnóstico e a terapia medicamentosa disponível para Infarto Agudo do Miocárdio com coronárias livres de lesões ateroscleróticas de etiologia vasoespástica.
Estudo Observacional Descritivo de caso único.
Trata-se de um paciente, sexo feminino, 44 anos, sem comorbidades, com história familiar negativa para Doença Arterial Coronariana. Paciente admitida em pronto atendimento, devido a dor precordial típica, eletrocardiograma evidenciou Supra ST em D2,D3,AVF e Infra ST de V2 a V5. Dosagem da troponina 0,8 > 1,8 (Valor de referência < 0,01). Propedêutica invasiva com angiografia de coronárias não evidenciou lesões obstrutivas, e apresentou ventriculografia normal.
O Espasmo da artéria coronária caracteriza-se por vasoconstrição intensa, que gera uma oclusão total ou parcial do vaso, desempenhando um papel importante nas síndromes isquêmicas miocárdicas, incluindo o infarto agudo do miocárdio.
Pacientes com características consistentes de um quadro de Infarto Agudo do Miocárdio devem ser submetidos a uma propedêutica invasiva, e através da angiografia de coronárias pode-se verificar a ausência de obstrução, ou seja, nenhuma estenose da artéria coronária ≥50%, em qualquer artéria potencial relacionada ao infarto.
O tratamento medicamentoso nesses pacientes consiste no uso dos antagonistas do canal de cálcio de longa duração, utilizando doses elevadas (por exemplo, nifedipina 80 mg /dia, anlodipino 20 mg /dia, diltiazem 360 mg /dia, ou verapamil 480 mg /dia), sendo que a dose de cada fármaco deve ser individualmente titulada, até que alcance uma resposta adequada e com boa tolerância na vigência de efeitos adversos, como por exemplo a redução na pressão arterial e débito cardíaco.
Infarto Agudo do Miocárdio, Angina vasoespástica, Inibidores dos canais de cálcio.
Clínica Médica
Hospital Municipal José Lucas Filho - Minas Gerais - Brasil
Marcus Vinicius Neves Rosa, Alana Cristina Barbosa Salgado Oliveira, Talita Santos Silveira Bettoni, Edith Márcia Valadares Silva, Débora Araújo Mendes Vilela