14º Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 4º Congresso Internacional de Medicina de Urgência de Emergência

14º Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 4º Congresso Internacional de Medicina de Urgência de Emergência

MINASCENTRO - Belo Horizonte /MG | 04 a 06 de Outubro de 2017

Dados do Trabalho


Título

Apendicite aguda: desafio diagnóstico em apresentação pélvica

Fundamentação/Introdução

A apendicite aguda é uma patologia de alta incidência no mundo, com reconhecimento predominantemente clínico e que necessita de diagnóstico precoce para que sejam evitadas as complicações. As posições anômalas do apêndice dificultam e atrasam a identificação dessa enfermidade.

Objetivos

Relatar caso de paciente diagnosticada com apendicite pélvica.

Delineamento/Métodos

Paciente feminina, 27 anos, atendida no Hospital das Clínicas Samuel Libânio - MG , com queixa de dor em baixo ventre e irradiação para todo o abdome há 3 dias associada a náuseas, vômitos, parada de eliminação de fezes e acentuação da dor em topografia de hipocôndrio direito no momento da admissão; negava febre e alterações urinárias ou ginecológicas. Ao exame físico apresentava abdome distendido, doloroso à palpação, timpânico e sem sinais de irritação peritoneal. Exames laboratoriais revelaram leucocitose sem desvio à esquerda, ausência de infecção de trato genitourinário e beta-HCG negativo. Foi realizada ultrassonografia de abdome, que evidenciou hepatomegalia.
No segundo dia de internação paciente evoluiu com piora da distensão abdominal, apresentando ao exame físico sinais de irritação peritoneal à palpação de flanco, fossa ilíaca direita e hipogástrio. Diante de tais achados, optou-se pela solicitação de propedêutica imagenológica de abdome/pelve e avaliação ginecológica.

Resultados

Ao exame de tomografia computadorizada contrastada de abdome o apêndice cecal apresentava-se com dimensões normais e sem sinais inflamatórios. À avaliação da equipe de ginecologia manteve-se a suspeita de doença inflamatória pélvica, reforçada por ultrassonografia transvaginal. Diante de tal suspeita optou-se por iniciar antibioticoterapia para tratamento de DIPA.
A deterioração do quadro clínico da paciente após três dias de internação motivou a realização de laparotomia exploradora, que evidenciou apendicite com apresentação pélvica.

Conclusões/Considerações finais

A apendicite aguda continua sendo uma patologia de elevada prevalência. Seu diagnóstico, apesar de clínico, pode apresentar dificuldades, como no caso de apresentações anômalas e de clínica sugestiva de patologias ginecológicas. Sendo assim, a propedêutica complementar imagenológica tem assumido um papel cada vez mais importante nos diagnósticos diferenciais. Em pacientes do sexo feminino, os exames retal e vaginal, embora não sejam indicados de rotina, também tem se mostrado de extrema importância. Apesar disso, a apendicite pélvica pode necessitar da abordagem cirúrgica para seu diagnóstico definitivo.

Palavras Chaves

apendicite pélvica, apendicite aguda, dor abdominal, doença inflamatória pélvica aguda, laparotomia

Área

Clínica Médica

Instituições

Universidade do Vale do Sapucaí - Minas Gerais - Brasil

Autores

Carolina Lessa Santos, Anillânen Andrade Souza, Jorge Carvalho Mello, Laura Riolfi Callia, Paulo Zanin Mesquita