14º Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 4º Congresso Internacional de Medicina de Urgência de Emergência

14º Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 4º Congresso Internacional de Medicina de Urgência de Emergência

MINASCENTRO - Belo Horizonte /MG | 04 a 06 de Outubro de 2017

Dados do Trabalho


Título

RELATO DE CASO: ENCEFALOMIELITE AGUDA DISSEMINADA (ADEM) APÓS VACINA CONTRA A FEBRE AMARELA.

Fundamentação/Introdução

A Encefalomielite Disseminada Aguda (ADEM) é uma doença rara, inflamatória-desmielinizante, monofásica e auto-limitada que acomete o sistema nervoso central. De modo geral, seu despertar clínico é antecedido por uma doença infecciosa ou imunização e principalmente por isso vem se tornando cada vez mais importante devido ao aumento do número de vacinas preconizadas no calendário vacinal.

Objetivos

Correlacionar a vacina da febre amarela com a ocorrência da ADEM.

Delineamento/Métodos

IMA, masculino, 3 anos, em tratamento com Depakene desde 8 meses de idade devido convulsão febril complexa, foi vacinado contra a Febre Amarela e após 15 dias internado em hospital particular de Colatina-ES, com quadro de crises convulsivas febris do tipo tônico clônica generalizada e parcial complexa, firmado diagnóstico de convulsão febril e recebido alta hospitalar. Após 5 dias, voltou a apresentar febre e crises epilépticas do tipo parciais complexas, prolongadas e com duração de até 1 hora, rebaixamento do nível de consciência, ataxia e afasia global. Realizado Ressonância Magnética (RNM) de crânio demonstrando hipersinal em T2 e FLAIR comprometendo córtex temporal medial e giro do cíngulo esquerdo e direito, sem sinais de restrição à difusão ou realce ao meio de contraste. Análise do líquor cefalorraquidiano sem alterações. Levantado hipótese diagnóstica de encefalite herpética, iniciado Ceftriaxona, Aciclovir e Fenitoína para controle das crises parciais complexas. Em 12-24 horas apresentava controle das crises epilépticas, melhora da sonolência e fala. Porém, após 24h da instituição do tratamento, paciente evoluiu com movimentos coreoatetóticos e discinesia orofacial. Realizada nova RNM de crânio que evidenciou novas lesões acometendo também núcleos da base e tálamos bilateralmente. Aventado hipótese diagnóstica de ADEM e iniciado pulsoterapia de Metilprednisona por 5 dias. Mantido dose menor por um mês, seguido de desmame em duas semanas.

Resultados

Após 1º dia de pulsoterapia, apresentou resolução completa das crises epilépticas e movimentos involuntários e em 10 dias o exame neurológico apresentava-se normal. Após 2 meses foi obtido resultado da sorologia para febre amarela com IgM positivo para o vírus.

Conclusões/Considerações finais

A vacina contra a febre amarela tem elevada eficácia e papel fundamental no controle da doença, estando indicada apenas para as pessoas que residem ou vão viajar para as áreas de risco. Nessas situações, os benefícios superam os possíveis riscos como a ocorrência da ADEM.

Palavras Chaves

Vacina contra febre amarela; efeitos adversos; encefalomielite disseminada aguda.

Área

Clínica Médica

Instituições

Centro Universitário do Espírito Santo - Espírito Santo - Brasil

Autores

Amanda Damázio Cabral, Allana Kristina Borges Costa, Gabriel Targa Pravato, Marcela Dalla Bernardina Fraga Toso, Stheffany Gomes Lima