Perfil de idosos com fratura de fêmur atendidos em Hospital de Maceió no período de 2009 a 2016
O idoso é mais suscetível à instabilidade de marcha e limitações funcionais, gerando um maior risco de quedas e suas complicações. Neste contexto, as fraturas de fêmur se destacam por sua elevada incidência, gravidade, limitação funcional e morbimortalidade.
Delinear o perfil epidemiológico e clínico de idosos atendidos por fratura de fêmur em um hospital filantrópico de Maceió.
Estudo descritivo e retrospectivo, com revisão de prontuários eletrônicos de pacientes com 60 anos ou mais admitidos por fratura de quadril entre os anos de 2009 a 2016 na Santa Casa de Misericórdia de Maceió. Foram analisadas as variáveis: sexo, idade, comorbidades, diagnóstico e tratamento prévio para osteoporose, mecanismo do trauma e tipos de fratura.
No período, 189 idosos foram internados com fratura de quadril, sendo 74,6% dos atendimentos realizados via convênio ou particular. A idade média foi de 79,3 anos, variando de 60 a 100 anos. A morbidade mais frequente foi a Hipertensão Arterial Sistêmica (31,6%), seguida por Cardiopatia (11,3%) e Diabetes Mellitus (10,8%). Os idosos avaliados tinham, em média, duas doenças crônicas. Apenas 20,1% dos idosos tinham diagnóstico prévio de osteoporose e destes, 36,8% possuíam registro em prontuário de que realizavam tratamento medicamentoso. 84,7% das fraturas foram decorrentes de queda da própria altura e 2,6% por trauma de alto impacto. 12,7% dos prontuários não referiam o mecanismo de trauma. Quanto ao tipo de fratura femoral, 48,6% localizou-se em região trocantérica, 41% em colo, 8,1% em diáfise e 2,3% em fêmur distal.
Os dados encontrados são semelhantes aos da literatura disponível. 89,6% das fraturas analisadas foram de fêmur proximal, mais relacionadas ao aumento da expectativa de vida, número de morbidades (especialmente osteoporose) e trauma de baixo impacto. A faixa etária elevada (79,3 anos) e maior prevalência de mulheres (73%) reforçam a ocorrência em populações de risco. Fato notório encontrado foi o baixo índice de diagnóstico e tratamento prévios de osteoporose, conduta que poderia minimizar o risco de fratura conjuntamente com abordagem específica para instabilidade de marcha e quedas. Faz-se necessário a utilização de políticas que privilegiem medidas preventivas para reduzir o número de quedas, além de prevenção e controle das morbidades presentes, contribuindo para melhora em sua qualidade de vida e redução do impacto socioeconômico das fraturas de quadril.
Fratura femoral; Idoso; Comorbidade; Osteoporose
Clínica Médica
Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Alagoas (UFAL) - Alagoas - Brasil, Santa Casa de Misericórdia de Maceió - Alagoas - Brasil
Yasmin Cardoso Monteiro Formiga, Eline Calumby Teixeira, Cleide Sousa Araújo, David Costa Buarque, Hilton José Melo Barros