14º Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 4º Congresso Internacional de Medicina de Urgência de Emergência

14º Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 4º Congresso Internacional de Medicina de Urgência de Emergência

MINASCENTRO - Belo Horizonte /MG | 04 a 06 de Outubro de 2017

Dados do Trabalho


Título

GRAVIDEZ EM PACIENTE RENAL CRÔNICA EM PROGRAMA DE HEMODIÁLISE

Fundamentação/Introdução

Doença renal crônica (DRC) corresponde a uma lesão renal com perda progressiva e irreversível de sua função. Está relacionada com a diminuição da fertilidade, alterações nos ciclos menstruais e anovulação, principalmente quando creatinina sérica (C) encontra-se acima de 2,0 mg/dL. A taxa de concepção em pacientes submetidas à diálise de longa duração foi estimada em 0,5%. É frequente o diagnóstico tardio da gestação pela irregularidade do ciclo, retardando a instituição dos cuidados pré-natais.

Objetivos

Relatar caso raro de gravidez em paciente com DRC em regime de hemodiálise.

Delineamento/Métodos

Informações obtidas por meio de prontuário médico, livro texto e revisão de literatura.

Resultados

Mulher, 21 anos, negra, G1P1A0, admitida em pronto socorro com quadro de desorientação, vômitos, dispneia, oligúria e urina de odor fétido. Ao exame físico apresenta grave estado geral, murmúrio vesicular diminuído em ambas as bases pulmonares e crepitação difusa em todo o tórax. Ao estudo laboratorial: uréia 217 mg/dL; C 23 mg/dL; potássio 5,1 mmol/L; lactato 44,3 mg/dL; hemoglobina 10.2 g/dL; hematócrito 33.2%; leucócitos 19.820 mm3; gasometria ph 7,01, HCO3 13,3 mEq/L, pC02 53,2 mmHg, pO2 57,5 mmHg, base excess: -18, e diurese de 200 ml\24hs. A Ultrassonografia (USG) evidenciou rins tópicos e textura difusamente heterogênea. Concluindo tratar-se de DRC de etiologia indeterminada, agudizada por sepse urinária, foi instituída hemodiálise de emergência e início de piperacilina e tazobactam por 10 dias. Após alta hospitalar, foi submetida à confecção cirúrgica de fístula arteriovenosa em membro superior esquerdo, fazendo seguimento em centro especializado e realização de hemodiálise, com necessidade de 10 transfusões sanguíneas ao longo do tratamento. Após 11 meses do início da hemodiálise, houve a suspeita de gravidez pela paciente, sendo confirmada por USG obstétrica, constando gestação tópica, com feto único vivo, de 19 semanas e 5 dias, batimentos cardiofetais presentes. Gestação sem intercorrência. Realizado parto normal prematuro, com ausência de complicações.

Conclusões/Considerações finais

Nefropatia anterior à concepção, aumenta significativamente as taxas de complicações maternais e perinatais, com gestação classificada de alto risco. Recomenda-se a realização de 20 ou mais horas semanais de hemodiálise para minimizar os efeitos da uremia. É importante o acompanhamento multidisciplinar, início de pré-natal precoce e controle rigoroso clínico\materno, com valorização dos exames complementares, objetivando gestação a termo.

Palavras Chaves

Doença renal crônica; gestação; hemodiálise; síndrome urêmica; concepção;

Área

Clínica Médica

Instituições

UNESC - Espírito Santo - Brasil

Autores

Larah Colombi Calmon Pitanga, Lara Maria Vago, Bruna Luisa Ferraço Lima, Marcelo Trigo Martinez, Manuela Almeida Freitas de Castro