ESCORE DE FRAMINGHAM PARA DOENÇAS CEREBROVASCULARES EM IDOSOS PARTICIPANTES DO PROGRAMA DE EXTENSÃO ENVELHECIMENTO SAUDÁVEL
O escore de Framingham prediz a probabilidade de doença cardiovascular, incluindo Acidente Vascular Cerebral (AVC), nos próximos 10 anos, a partir da combinação de vários fatores de risco. A pontuação gerada na escala estima o risco de eventos cerebrovasculares a partir da presença e do nível dos fatores de risco cardiovasculares determinados pelo Estudo de Framingham (Wolf, 1991).
O objetivo deste trabalho é relacionar o escore de Framingham com o risco de doença cerebrovascular em um grupo de idosos participantes do projeto de extensão.
A amostra foi obtida respeitando os aspectos éticos do atendimento de 100 participantes de uma ação social anual, promovida por uma faculdade de medicina na cidade de João Pessoa. Visando calcular o escore de Framingham para AVC em idosos foram registradas, por meio de questionários, informações como sexo, idade, etnia, HDL, colesterol total, presença de diabetes mellitus, tabagismo, uso de anti-hipertensivo e valor pressão arterial sistólica. Da amostra total, foram excluídos os dados obtidos de pessoas com idade menor que 60 anos e maiores que 79 anos, gerando uma amostra de 43 pacientes, que foram a fonte do estudo. Para calcular o escore foi utilizado o aplicativo ASCVD Risk Estimator. O HDL foi estabelecido como 40mg/dL para todos os incluídos (já que esse valor não foi fornecido com exatidão pelos participantes), já o colesterol total foi determinado em 250mg/dL para paciente com hipercolesterolemia prévia e 150mg/dL para os demais, devido à falta de informação precisa.
A média dos resultados obtidos do grupo de amostral foi de 26.47% de chance de ter um AVC em 10 anos. Tal resultado é um reflexo da prevalência de comorbidades nessa amostra, uma vez que 26% são tabagistas, 63% referiram hipercolesterolemia prévia, 19% são diabéticos, 43% estão em tratamento de hipertensão arterial sistêmica, 30% são pré-hipertenso, 19% são hipertensos em estágio 1 e 5%, em estágio 2. O escore final elevado chama a atenção dos profissionais de saúde às comorbidades e aos hábitos de vida dos pacientes. O que fomenta a necessidade de direcionamento das ações de promoção e prevenção da saúde.
Assim, o escore de Framingham constitui uma importante ferramenta de estratificação de risco para doenças cerebrovasculares e que pode servir para qualificar o impacto de ações de controle clinico de enfermidades crônicas mais prevalentes numa determinada população.
Acidente Vascular Cerebral, comorbidade, fator de risco.
Clínica Médica
Falculdade de Medicina Nova Esperança - Paraíba - Brasil
Antônio de Almeida Falcão Neto, Larissa Silva de Siqueira Figueiredo, Mateus Santiago de Souza, Nereu Alves Lacerda, Ivana da Silva Cruz