14º Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 4º Congresso Internacional de Medicina de Urgência de Emergência

14º Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 4º Congresso Internacional de Medicina de Urgência de Emergência

MINASCENTRO - Belo Horizonte /MG | 04 a 06 de Outubro de 2017

Dados do Trabalho


Título

Infecção do trato urinário complicada em paciente diabético portador de bexiga neurogênica: Relato de caso

Fundamentação/Introdução

Introdução: A infecção do trato urinário (ITU) complicada é aquela associada a condições que aumentam o risco para o desenvolvimento de infecção, para o insucesso do tratamento ou quando é desenvolvida em ambiente hospitalar. Alterações anatômicas e funcionais do trato urinário, como a bexiga neurogênica, é um fator predisponente em diabéticos. Trata-se de uma neuropatia que dificulta o esvaziamento vesical, levando a estase urinária e a colonização bacteriana local.

Objetivos

Objetivos: Mostrar a bexiga neurogênica como fator predisponente de ITU complicada em paciente diabético.

Delineamento/Métodos

Métodos: Relato de caso.

Resultados

Descrição do caso: Paciente do sexo feminino, 72 anos, solteira, natural e procedente de Princesa Isabel-PB. Portadora de diabetes mellitus (DM) tipo 2 há 20 anos. Buscou serviço de emergência, após 3 meses de pós operatório de fratura de fêmur, uma ITU hospitalar por Klesbisiella pneumoniae e 2 episódios de ITU por Escherichia coli (E. coli), apresentando intensa dor supra-púbica e em flanco, febre, prostração, bexiga palpável ao exame físico e hiperglicemia verificada. No local, realizou-se um cateterismo vesical intermitente, apresentando urina com pus; hemograma, revelando leucocitose com desvio à esquerda; urocultura, demonstrando E.coli recorrente com contagem de colônias superior a 100.000 UFC/ml; ultrassonagrafia, evidenciando resíduo miccional acima de 150 ml e hidronefrose; provas de função renal, que confirmaram uma lesão renal aguda. Tratou-se o quadro com ceftazidima endovenosa (EV), hidratação intensa e uso de cateter de demora por 30 dias. Após 1 mês, ainda em uso do cateter, a infecção persistiu, utilizando-se amicacina EV por 10 dias; no terceiro dia, retirou-se o cateter de demora, passando-se a utilizar o intermitente. Efetuou-se um controle rigoroso do DM, junto a procedimentos fisioterápicos para a disfunção vesical, como a manobra de Credé e Biofeedback. Após 1 mês sem sintomas, a urocultura mostrou colonização por E. coli com 60.000 UFC/ml e ausência da infecção. A paciente encontra-se atualmente em bom estado geral e livre do quadro infeccioso.

Conclusões/Considerações finais

Conclusões: ITUs complicadas por bexiga neurogênica podem estar associadas à descompensação aguda do diabetes. A realização do controle glicêmico, somado ao uso do cateterismo vesical intermitente e aos procedimentos de fisioterapia para bexiga possibilitam a manutenção da função renal e o tratamento eficaz das infecções recorrentes. Assim, pode-se garantir uma melhor qualidade de vida para o paciente.

Palavras Chaves

Infecções Urinárias; Diabetes Mellitus; Bexiga Urinaria Neurogênica.

Área

Clínica Médica

Instituições

Faculdade de Medicina Nova Esperança - Paraíba - Brasil

Autores

Theresa Rhaquel Sobreira França, João Dehon Leandro França, Laryssa Bezerra da Nóbrega, Mariana Albuquerque de Luna, Taciana Uchôa Passos