14º Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 4º Congresso Internacional de Medicina de Urgência de Emergência

14º Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 4º Congresso Internacional de Medicina de Urgência de Emergência

MINASCENTRO - Belo Horizonte /MG | 04 a 06 de Outubro de 2017

Dados do Trabalho


Título

DOENÇA DE STILL NO ADULTO: UM DESAFIO DIAGNÓSTICO.

Fundamentação/Introdução

A Doença de Still do Adulto (DSA) é uma desordem inflamatória sistêmica rara, de etiologia e patogênese desconhecidas, que se caracteriza por um quadro de febre alta recorrente, artrite e rash cutâneo. É um diagnóstico de exclusão, sendo necessário descartar causas infecciosas, neoplásicas e doenças do tecido conjuntivo. Cerca de 75% dos casos ocorrem entre 16 e 35 anos, sendo assim, esse caso foi considerado um desafio diagnóstico por se tratar de uma paciente no final da quarta década de vida, representando 30% dos casos em que a doença ocorre após os 35 anos.

Objetivos

Descrever um caso clínico de DAS em uma paciente fora de faixa etária epidemiológica e reforçar que tal doença deve ser lembrada como diagnóstico diferencial de febre de origem indeterminada (FOI) por representar 5 a 10% desses casos.

Delineamento/Métodos

Relato de caso.

Resultados

Paciente, sexo feminino, 48 anos, há 3 meses iniciou com dificuldade de pendurar roupas no varal devido à fraqueza e dores em ombros, aparecimento de rash maculopapular indolor e não-pruriginoso em antebraço anterior direito que evoluiu para crostas. Após 10 dias do início das lesões iniciou com quadro febril vespertino diário (39°C) e escurecimento progressivo da pele. Queixava-se também de artralgia, de característica assimétrica, migratória em joelhos, punhos, ombros e interfalangeanas, com rigidez matinal e associado a perda ponderal de 10 quilogramas em 5 meses. Em exames laboratoriais apresentava anemia hipocrômica e microcítica (hemoglobina = 7,3 mg/dl, leucócitos = 11500 células/mm³, velocidade de hemossedimentação de 29 mm/hr, proteína C reativa = 8mg/l, enzimas hepáticas alteradas (transaminase glutâmica oxalacética = 59 u/l, fosfatase alcalina = 302 u/l, gama glutamil transpeptidase 274 u/l e ferritina maior que 2000 ng/ml, chegando até á 43 mil ng/ml. Apresentava testes sorológicos para doenças auto-imunes não reagentes. Em mielograma, foi observado hipercelularidade às custas do setor granulocítico. Foram excluídas causas infeciosas, neoplásicas, doenças granulomatosas e do tecido conjuntivo, sendo confirmado o diagnóstico pelos Critérios de Yamaguchi.

Conclusões/Considerações finais

A DSA representa um desafio diagnostico por se tratar de uma combinação de sintomas inespecíficos os quais podem se enquadrar em uma grande variedade de doenças. Porém, em pacientes com FOI, a DSA deve ser lembrada para que o diagnóstico e tratamento sejam realizados de forma precoce, prevenindo complicações e melhorando o prognóstico e qualidade de vida dos pacientes.

Palavras Chaves

Doença de Still do Adulto, Febre de Origem Indeterminada, Artralgia

Área

Clínica Médica

Instituições

Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto - São Paulo - Brasil, Hospital de Base de São José do Rio Preto - São Paulo - Brasil

Autores

LUIZ GUILHERME GONÇALVES BERNARDI, CAMILA CUNHA GONZAGA, ANA LAURA JORGE SILVA, RAFAEL NUNES DE OLIVEIRA