Perfil epidemiológico e efetividade na prevenção de óbitos de pacientes inseridos no protocolo de sepse no hospital PUC-Campinas de 2013 a 2015
Sepse ocorre por uma desregulação da resposta do hospedeiro a uma infecção e choque séptico quando há alterações circulatórias profundas o suficiente para aumentar a mortalidade; após o desenvolvimento desses agravos, a velocidade e a adequação do tratamento administrado nas horas iniciais tendem a influenciar o resultado, ressaltando-se a relevância da implantação de um protocolo para nortear o atendimento da equipe de saúde. Uma vez implantado, é necessário que se avalie sua efetividade, para identificar possíveis falhas e reduzir a mortalidade dessa condição.
Avaliar casos de sepse e choque séptico de pacientes atendidos no serviço de 2013 a 2015. Analisaram-se: perfil epidemiológico, tratamento, adesão às recomendações internacionais e grau de efetividade das intervenções, para analisar sua efetividade na redução da mortalidade.
Estudo observacional transversal com revisão dos atendimentos dos casos suspeitos de sepse e choque séptico do serviço, entre 04/2013 e 12/2015. Quanto a efetividade na prevenção de óbitos, o período foi de 2014 a 2015. Foi utilizado SPSS 22.0 e p<0,05.
Foram incluídos 412 pacientes (idade média de 55,3 anos), 58,0% foi do gênero masculino. 80,1% dos pacientes foram inseridos no protocolo no tempo preconizado. A idade média foi inferior à encontrada nos principais estudos brasileiros, com concordância do gênero. 79,9% tiveram coleta de lactato e 91,7%, de hemocultura no prazo (p<0,05). 87,4% iniciaram antibioticoterapia no prazo, mostrando alta efetividade do serviço. 103 casos evoluíram à óbito, sendo que 68 ocorreram no pronto socorro (PS). Desses, 80,9% foram relacionados à sepse. Para a efetividade de prevenção de óbitos, foram incluídos 351 pacientes (2014-15). O total de prevenção de óbitos (pacientes incluídos no protocolo que não evoluíram a óbito por sepse no PS) foi de 325 pacientes, sendo 52,9% em 2014. O índice de prevenção de óbitos (total de pacientes que não evoluíram a óbito por sepse no PS/total de pacientes inseridos) foi crescente e de 92,6% ao todo, indicando alta efetividade.
Evidenciou-se alta letalidade nos quadros sépticos, corroborando com os dados da literatura. A análise de dados epidemiológicos norteia falhas e sucessos ocorridos no serviço, apontando possíveis melhorias para uniformizar e garantir o melhor atendimento dos pacientes. A adesão e a efetividade do protocolo têm sido crescentes, alcançando um índice de prevenção de óbitos muito próximo do ideal.
Infecção grave, pronto-socorro, eficácia do protocolo
Clínica Médica
Pontifícia Universidade Católica de Campinas - São Paulo - Brasil
Larissa Estela Ferreira Jacó Menezes, Andrea Mendes Baffa, Carla Adriane Roballo, Luciana Belossão Coelho Maciel, Tamires Amorim Marques