14º Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 4º Congresso Internacional de Medicina de Urgência de Emergência

14º Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 4º Congresso Internacional de Medicina de Urgência de Emergência

MINASCENTRO - Belo Horizonte /MG | 04 a 06 de Outubro de 2017

Dados do Trabalho


Título

Paciente soropositivo com insuficiência cardíaca grau III: como ser abordado em relação a necessidade de transplante cardíaco?

Fundamentação/Introdução

Transplantes requerem imunosupressão, que era contra indicação para realização destes em pacientes HIV positivos. Porém, o advento das novas terapias antiretrovirais de alta atividade tem gerado redução da morbimortalidade. Existem poucos relatos de transplantes nesta população. A consolidação de condutas para estes casos e comorbidades associadas é importantissímo, corroborando a importância desse trabalho.

Objetivos

Avaliar as possibilidades de transplante cardíaco(TC) em pacientes soropositivos a partir de um relato de caso de um paciente com esse diagnóstico e com insuficiência cardíaca(IC) grau III.

Delineamento/Métodos

Revisão de prontuário e revisão de literatura nas bases de dados PubMed e Scielo com as palavras-chave "transplante cardíaco", "insuficiência cardíaca" e "soropositivo".

Resultados

M.S.A, masculino, 41 anos, casado, previamente hígido, refere Infarto agudo do Miocárdio e diagnostico de HIV há 2 anos. Evoluiu com insuficiência cardíaca, em grau III da New York Heart Association (NYHA) em uso de terapia antiretroviral. Tabagista há 18 anos e usuário de cocaína há 2 anos. Nega tosse e dispneia aos esforços. Exames laboratoriais mostram carga viral indetectável e CD4 783,0 células/mm³. Ao exame físico apresenta-se em regular estado geral, acianótico, anictérico, afebril e taquipneico, aparelho respiratório, cardiovascular e abdome sem alterações. O TC é padrão-ouro no tratamento da IC refratária. Classe funcional III e IV; internações recorrentes e sinais de mau prognóstico são candidatos ao procedimento. Estudos sobre transplantes nessa população apontaram critérios para enxertos renais, que poderíamos adotar como parâmetro para outros tipos de enxerto, dada a carência de pesquisas específicas para o TC, são eles: carga viral indetectável por 3 meses, contagem de células T CD4+ > 200 células/mm³ por 6 meses e ausência de infecção oportunista ou carcinoma. A experiência clínica mostra que o uso de drogas imunossupressoras para pacientes soropositivos parece ser segura, inclusive com relatos de ação antirretroviral de algumas dessas drogas.

Conclusões/Considerações finais

Este paciente cumpre os critérios de elegibilidade para TC, sendo necessário acompanhamento mais rigoroso do mesmo, dada sua condição especial. Pelos parâmetros já estabelecidos para transplante de outros órgãos em pacientes soropositivos, indica-se o TC nesse caso. Na atual conjuntura dos tratamentos para HIV, a medicina se abre para novas formas de abordagem desses pacientes. Fica clara a necessidade de maiores estudos a respeito do tema.

Palavras Chaves

Transplante cardíaco, Soropositivo, abordagem terapêutica.

Área

Clínica Médica

Instituições

Universidade Católica de Brasília - Distrito Federal - Brasil

Autores

Paulo Renato Rodrigues Miranda, Raphael Andrade Gonçalves Borges, Ana Júlia Batista Furtado, Geovanna Godinho de Sousa Teixeira, Sônia Maria Geraldes