BOA RESPOSTA A TERAPIA DE RESSINCRONIZAÇÃO CARDÍACA: UM RELATO DE CASO
A insuficiência cardíaca é uma doença progressiva, causada por disfunção ventricular, que leva à queda da tolerância ao exercício, redução da qualidade e da expectativa de vida. Os avanços no tratamento das diferentes cardiopatias e o consequente aumento na sobrevida e na longevidade dos pacientes têm aumentado a prevalência da IC. O tratamento farmacológico da IC não modifica os distúrbios de condução, que seguirão afetando a eficiência da contração miocárdica mesmo após a otimização do tratamento clínico. Por esta razão, foi proposta a chamada ressincronização cardíaca como terapia adjuvante nos pacientes com IC e distúrbios da condução.
Avaliar a resposta a terapia de ressincronização cardíaca em pacientes com IC e distúrbios de condução.
V.J.B.S, masculino, comparece a primeira consulta em 11/2006 sem dor, desconforto ou equivalentes anginosos, refere cansaço aos moderados esforços, nega cefaleia, tontura esporádica. Faz uso de Vasopril 20mg/dia e Hctz 12,5mg/dia. Afirma HAS (5 anos), nega DM, nega DLP, nega tabagismo e afirma HF p/ DCV. Exame físico normal. Conforme solicitado, em retorno apresentou RX de tórax com aumento do ventrículo esquerdo; Eco com importante aumento do volume sistólico final do VE, FE 0.34, Discinesia septal (BRE) e red. comp. do VE; ECG com BDAS e BRE. Estabelecido diagnóstico de ICC classe III.
Em 04/2008 retorna com cansaço extremo, solicitado então aplicação de cardioversor desfibrilador implantável pra ressincronização cardíaca devido MCP dilatada. CDI implantado em 05/2008. Manteve acompanhamento regular com ecocardiografias, controle de perfil lipídico e revisões de funcionamento de CDI com episódio de recolocação de cabo. Em última consulta (04/2017) negou sintomas de dor e dispneia, seu ecocardio apresentou VE com seus volumes e função sistólica preservadas, sem sinais de trombo ou vegetações em cabos, FE 0.79 e CDI normofuncionante e normoimplantado.
Em pacientes que apresentam morfologia de BRE a CRT é recomendada em ritmo sinusal com uma duração do QRS ≥ 120 ms, QRS com morfologia de BRE, e FE ≤ 35%, com esperança de vida >1 ano com um bom estado funcional, para reduzir o risco de hospitalização por IC e o risco de morte prematura. Essas recomendações foram publicadas apresentando alto nível de evidência, tornado pouco discutível a aplicação do CDI. Isso fica claro no caso do paciente citado, no qual a terapia de ressincronização cardíaca foi determinante para uma boa evolução clínica no ponto de vista cardiovascular.
Clínica Médica
Universidade do Extremo Sul Catarinense - Santa Catarina - Brasil
Luiza Macarini Bosa, Gabriel Santos Silva, Gabriel Zanette Naspolini, Samuel Cesconetto, Franco Aguilar Salazar