Comparação da letalidade da meningite bacteriana, no período de 2012-2016, entre o Amapá, a região Norte e as demais regiões brasileiras
INTRODUÇÃO: As meningites bacterianas caracterizam-se por um processo inflamatório do espaço subaracnóideo e das membranas leptomeníngeas (aracnóide e pia-mater) que envolvem o encéfalo e a medula espinhal. O crescente desenvolvimento de resistência bacteriana nos últimos anos tem contribuído para dificultar o manejo da doença. Por outro lado, a busca de modalidades terapêuticas adjuvantes com a finalidade de melhorar o prognóstico das meningites tem dado origem a diversos estudos sobre a resposta inflamatória meníngea induzida pelas bactérias e/ou seus produtos.
OBJETIVO: Compara a letalidade da meningite bacteriana no período de 2010-2015, entre o Amapá, a região Norte e as demais regiões brasileiras.
METODOLOGIA: Foi realizado levantamento de dados secundários através do portal eletrônico SAGE (Sala de Apoio à Gestão Estratégica Ministério da Saúde), selecionando-se as opções “Situação de Saúde”, “Indicadores de Morbidade”, “Meningite Bacteriana”.
RESULTADOS: A taxa de letalidade (percentual de óbitos relativo ao número total de casos em determinado ano) por Meningite Bacteriana no Amapá, sofreu um comportamento oscilante, de 33,33% no biênio 2012-2013, decaindo para 20% no biênio 2014-2015 e por fim, aumentando consideravelmente para 50% em 2016. Situação não evidenciada na região Norte, em que houve um discreto aumento, de 16,61% em 2012 para 19,47% em 2016, a Taxa brasileira segue o padrão observado na região Norte, em que 2012 era de 17,98%, com discreto aumento em 2013 (18,6%) e relativa manutenção até ao ano de 2016 (18,71%).
CONCLUSÃO: Os resultados no Amapá não acompanharam a tendência regional e nacional da doença. Tendo em vista outros estudos que demonstraram a presença de dados incompletos na Central de Vigilância Epidemiológica do Estado do Amapá, justifica-se aqui uma possível subnotificação dos casos que evoluíram a óbito, como ocorrido na comparação do biênio 2012-2013 para o biênio subsequente. Analogamente, é provável que o comportamento anômalo em 2016 seja fruto tanto da não identificação precoce quanto da efetividade da intervenção nos casos potencialmente letais da Meningite bacteriana. De forma geral, ressalta-se a importância da notificação, para que os gestores tenham a real proporção da letalidade local e a busca da terapêutica precoce e coerente, avaliando assim possíveis mudanças que objetivam o melhor direcionamento das políticas de saúde.
Clínica Médica
UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAPÁ - Amapá - Brasil
Elton Gustavo Boralli Ribeiro, Felipe Noujeimi Gonçalves, Naiara Lorrani Silva de Lima, Julye Sampaio Fujishima, Lucas Almeida Ribeiro