Título

Perfil clínico-epidemiológico dos acidentes ofídicos em faixa pediátrica em um hospital de referência do estado do Tocantins, no período de janeiro de 2013 a julho de 2016

Fundamentação/Introdução

A relevância dos acidentes ofídicos se dá em virtude de sua grande frequência e gravidade. O atendimento à criança vítima de ofidismo traz ansiedade e insegurança para o médico que nem sempre está habituado com essa patologia nessa faixa etária.

Objetivos

Traçar o perfil clínico-epidemiológico dos pacientes pediátricos atendidos por acidente ofídico no hospital de referência de Araguaína-TO de janeiro de 2013 a julho de 2016.

Delineamento/Métodos

Trata-se de um estudo clínico-epidemiológico, observacional, transversal, retrospectivo, que realizado por meio de consulta aos prontuários dos pacientes vitimas de acidente ofídico atendidos no hospital de referência de Araguaína TO, dentro do período de janeiro de 2013 a julho de 2016.

Resultados

Foram obtidos 43 prontuários de acidentes ofídicos em crianças no período analisado. O número de acidentes foi maior no ano de 2013 (43,9%) e os meses de janeiro e agosto tiveram mais ocorrências, com 13,6% cada. As características mais comuns encontradas dentre as crianças acidentadas por serpentes foram: ser do sexo masculino (59%), idade entre 1 e 12 anos, com média de 8, provenientes de zona rural (65,9%), picados no pé (68,2%) por serpentes do gênero Bothrops (77,8%), Crotalus (15,9%) e Micrurus (4,55%). O tempo entre a picada e o atendimento foi de 3 a 6 horas em 38,64% dos casos. Os sintomas locais que ocorreram com maior frequência foram dor (95,4%) e edema (81,8%) e 27,3% tiveram manifestações sistêmicas, sendo as do tipo neuroparalíticas as mais comuns (13,6%). A maioria (59,9%) dos acidentes foi classificada como moderado e o tempo de coagulação estava alterado em 50% dos casos. Os antivenenos foram administrados em 86,36% das ocorrências, sendo o soro anti-botrópico o mais utilizado (65,9%). Quanto às complicações, 9% tiveram manifestações locais, dentre essas, infecção secundária foi a mais frequente (6,82%). Não houve casos de complicações sistêmicas.

Conclusões/Considerações finais

Pelos dados apresentados, observa-se que houve um número considerável de crianças vítimas de acidente ofídico no período analisado provenientes, na sua maioria, da zona rural. Notou-se que, predominantemente, os casos foram classificados como moderados o que indica um possível aumento da gravidade nessa faixa etária.

Palavras Chaves

Crianças.Ofidismo. Serpentes.

Área

Clínica Médica