Relato de caso de Síndrome de Tolosa-Hunt em hospital universitário de Curitiba.
Introdução: A síndrome de Tolosa-Hunt (STH) é uma entidade rara de etiopatogenia desconhecida. A doença se manifesta por dor hemicraniana ou periorbital associada a oftalmoplegia ipsilateral com curso limitado e possibilidade de recidiva, além de boa resposta ao uso de corticóides. A confirmação diagnóstica é dependente da exclusão de outras causas de oftalmoplegia dolorosa.
Objetivo: Atentar profissionais de saúde para a possibilidade de STH como causa de oftalmoplegia dolorosa sem outra causa aparente.
Delineamento/Métodos: Estudo descritivo do caso de uma paciente que preencheu os critérios para STH segundo a International Headache Society 2004 (ISH-2004). Os dados apresentados foram baseados em prontuários e exames complementares, aos quais a paciente foi submetida.
Resultados: Paciente MNA, 70 anos, branca, histórico de vertigens intermitentes e Síndrome de Guillian Barret há 13 anos. Procurou atendimento por apresentar cefaleia associada a diplopia bilateral. Há 1 mês, iniciou quadro compatível com síndrome infecciosa inespecífica, possivelmente viral, com melhora espontânea em 5 dias. Passou a apresentar cefaleia e dor periorbital há 1 semana, procurando atendimento hospitalar no dia 12/03/2017 por aparecimento de diplopia. Seguiu-se com internamento da paciente, quando houve constatação de oftalmoplegia do VI par de olho direito, e investigação do quadro com os seguintes exames laboratoriais, o quais não evidenciaram alterações: AST, ALT, CPK, Cr, Ur, HMG, TSH, LDH, A/HIV, HBS-Ag, A/HCV, VDRL e análise de LCR. Foi realizada complementação com TC e angio-TC de crânio, EEG e RM de encéfalo, nos quais não foram encontrados achados compatíveis com a clínica da paciente. Após 4 dias de investigação, iniciou-se teste terapêutico com metilprednisolona 1g/dia por 5 dias. Durante o tratamento, paciente evoluiu com melhora gradual e discreta da oftalmoplegia com ausência de quadro álgico. Dois meses após início do quadro a paciente relata recuperação completa da diplopia e oftalmoplegia. Dessa forma, todos os critérios diagnósticos para STH segundo a ISH-2004, foram preenchidos. Prescrito esquema de 12 dias de prednisona no momento da alta.
Conclusão: É importante aventar o diagnóstico de STH após exclusão de outras etiologias para oftalmoplegia dolorosa, pois, apesar de rara e de possuir dados limitados na literatura, a doenças detém bom prognóstico, principalmente se tratada de maneira adequada.
Tolosa-Hunt
Oftalmoplegia
Diplopia
Dor
Hemicraniana
Corticóide
Relato
Clínica Médica
Universidade Positivo - Paraná - Brasil
Rafael Bassara Macedo, Débora Cavasin Bahr, Laize Armstrong, Edisom Paula Brum