14º Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 4º Congresso Internacional de Medicina de Urgência de Emergência

14º Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 4º Congresso Internacional de Medicina de Urgência de Emergência

MINASCENTRO - Belo Horizonte /MG | 04 a 06 de Outubro de 2017

Dados do Trabalho


Título

Urolitíase e Pielonefrite complicadas em Injúria Renal Aguda (IRA) e Sepse

Fundamentação/Introdução

Pielonefrite e urolitíase são afecções prevalentes e graves podendo levar a complicações de prognósticos reservados.

Objetivos

Relatar caso de paciente com pielonefrite e urolitíase que evolui com IRA e sepse, ressaltando a evolução clínica, complicações e tratamento.

Delineamento/Métodos

Relato de caso.

Resultados

FAC, 34 anos, feminino. 11/4/17 admitida em UPA com dor lombar bilateral irradiada para flancos e região periumbilical, progressiva há 4 dias, com febre, vômitos, algúria e oligúria. Hemodinamicamente estável, Giordano + à direita (D). Previamente hígida, sem história de urolitíase. Revisão laboratorial 12/4 neutrofilia com desvio à esquerda (E), função renal (FR) alterada, PCR>200, hematúria, piúria, proteinúria. US de do trato urinário (TU) 12/4 rim E multicístico, dilatação pielocalicinal, com obstrução por litíase renal e ureteral, rim D sugestivo de pielonefrite, hidronefrose e litíase. Iniciada Ceftriaxona. 17/4 transferida para hospital por piora da FR, hipóteses diagnósticas: pielonefrite + IRA pós-renal por obstrução do TU. TC de abdome mostrou rim E excluso, hidronefrótico, sem fator obstrutivo evidente e rim D hidronefrótico, com parênquima afilado e cálculo coraliforme. 19/4 evoluiu com acidose, piora da FR e oligúria, transferida para CTI. 20/4 evolui com sepse, realizada hemodiálise, mantida Ceftriaxona. 21/4 realizada nefrostomia percutânea D, com drenagem purulenta. Evoluiu sem intercorrências, com poliúria pós-desobstrutiva e melhora significativa da FR. 24/4 alta para enfermaria. Evoluiu com melhora da FR e do quadro infeccioso, mantendo-se estável, revisões laboratoriais com melhora significativa e normalização de diversos parâmetros. 26/4 alta da clínica médica, seguiu em acompanhamento nefrologia e urologia.

Conclusões/Considerações finais

A abordagem inicial foi adequada para pielonefrite, mas devido à associação de fator obstrutivo, evoluiu com sepse, necessitando abordagens invasivas. A pielonefrite permite pensar em um cálculo coraliforme de estruvita.
Obstruções unilaterais do TU podem ter duração prolongada com sintomas mínimos, causando danos permanentes à FR, principalmente em pacientes com rim único funcionante. Estas são afecções predominantes de ambiente hospitalar, acometendo até 40% dos pacientes em CTIs, o prognóstico depende da rapidez do diagnóstico e tratamento. A pielonefrite representa 10% das infecções do TU e 1/3 dos casos evoluirão com bacteremia. A sepse de foco urinário pode ter uma mortalidade de até 30%.

Área

Clínica Médica

Autores

Guilherme Salles Magalhães, Lígia Ferreira Brenck, Luísa Silva de Carvalho Ribeiro, Bruno Mello Rodrigues Santos