PANORAMA DA INCIDÊNCIA DE HANSENÍASE NO AMAPÁ E EM OUTROS ESTADOS BRASILEIROS NO ANO DE 2015
FUNDAMENTAÇÃO/INTRODUÇÃO Hanseníase é uma doença infecto-contagiosa causada pelo Mycobacterium leprae ou bacilo de Hansen. O contágio ocorre entre uma pessoa portadora do bacilo e pessoas susceptíveis, principalmente pelas vias aéreas. Seus sinais e sintomas são dermatoneurológicos, como lesões na pele e nos nervos periféricos. A fim de erradicar a doença, a Organização Mundial da Saúde propôs a Estratégia Global para Hanseníase 2016-2020 que visa à detecção precoce da hanseníase e o tratamento imediato. Assim, no Brasil, criou-se o Programa Nacional de Eliminação da Hanseníase, o qual desenvolve ações para orientar os diferentes níveis de complexidade dos serviços de saúde, fortalecendo as ações de vigilância epidemiológica por meio dos sistemas de notificação e desenvolvendo ações de educação em saúde.
OBJETIVOS Avaliar o panorama epidemiológico da Hanseníase no Amapá e em outros Estados brasileiros no ano de 2015.
DELINEAMENTO E MÉTODOS Realizou-se uma estudo analítico, descritivo, transversal; por meio do levantamento de novos casos de hanseníase fornecidos pelo portal eletrônico DATASUS, selecionando-se as opções “Epidemiológicas e morbidade”, “Casos de Hanseníase”, “Hanseníase”, “Brasil por região/unidade federativa” e “2015”.
RESULTADOS Os dados do Amapá o apontam como a segunda menor taxa de novos casos entre todos os Estados. São 109 casos novos por 100.000 habitantes no Amapá enquanto no Pará e no Amazonas o numero é muito maior, 2.875 e 508 por 100.000 habitantes, respectivamente. Além disso, comparando-se os dados do Amapá com outros Estados permanece uma discrepância, na qual Minas Gerais e São Paulo apresentam respectivamente 1135 e 1203 novos casos por 100 mil habitantes.
CONCLUSÕES/CONSIDERAÇÕES FINAIS A heterogeneidade entre os Estados na detecção de casos de hanseníase é elevada, devido à capacidade diagnóstica dos Municípios, o acesso aos serviços de saúde, as diferenças estruturais e as especificidades das regiões, como áreas de difícil acesso e de grandes extensões territoriais. Diante disso, percebe-se que pode haver uma subnotificação dos casos entre os Estados, justificando a necessidade de tornar a notificação alta e homogênea nas diferentes unidades federativas do país. Para isso, pode-se promover a capacitação de profissionais para um diagnóstico precoce e mais eficaz de novos casos, reforço das ações de vigilância e da alimentação dos sistemas de notificação e maior integração dos níveis de atenção de saúde.
PALAVRAS CHAVES: Hanseníase, epidemiologia, Brasil, Amapá
Clínica Médica
BRUNA SOARES LACERDA, LUIS FELIPE SIQUEIRA ARIAS, VANESSA MOITA AZEVEDO, ANGELA SANTANA TEIXEIRA, AMANDA ALVES FECURY