14º Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 4º Congresso Internacional de Medicina de Urgência de Emergência

14º Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 4º Congresso Internacional de Medicina de Urgência de Emergência

MINASCENTRO - Belo Horizonte /MG | 04 a 06 de Outubro de 2017

Dados do Trabalho


Título

SÍNDROME DO DESFILADEIRO TORÁCICO EM PACIENTE COM GLOMERULONEFRITE MEMBRANOSA

Fundamentação/Introdução

Síndrome do desfiladeiro torácico (SDT) é um conjunto de sintomas decorrentes da compressão do plexo braquial e dos vasos subclávios causada por alterações ósseas, fibromusculares e trauma. A forma neurogênica é a mais comum e a vascular ocorre em 5% dos casos. A glomerulonefrite membranosa (GNM) cursa com síndrome nefrótica (SN), um predisponente para formação de trombos.

Objetivos

Relatar caso de paciente com SDT com trombose de artéria subclávia, costela cervical (CC) bilateral e GNM.

Delineamento/Métodos

Paciente, ACTM, 39 anos, sexo feminino, parda, hipertensa iniciou quadro súbito de dor, dormência e palidez de todo o membro superior direito. Ao exame físico apresentava edema de face, membro superior direito frio, cianótico, pulso radial impalpável, pressão arterial inaudível e edema de membros inferiores 3+/4+. Exames laboratoriais: ureia 22 mg/dl; creatinina 0,8mg/dl; albumina 2,5g/dl; proteinúria de 5,88 g/dl. A radiografia de tórax revelou presença de CC acessória bilateral. Arteriografia com sinais de compressão extrínseca com estenose na transição entre artéria subclávia direita com artéria axilar ipsilateral, compressão por CC C7, associada a dilatação fusiforme do terço proximal deste vaso e oclusão do terço distal da mesma. O doppler de membro superior direito evidencia trombose de artéria axilar. Biópsia renal: glomerulonefrite membranosa. Trombofilias descartadas. A GNM foi tratada com prednisona com remissão parcial da SN. Realizada anticoagulação com varfarina com melhora trófica e funcional do membro afetado. Programada a ressecção da CC.

Resultados

Descrevemos o caso de paciente com SDT e trombose da artéria axilar na presença de CC. A CC está presente em 10% dos pacientes com SDT, sendo a maioria assintomática. Observamos nesse caso a associação do fator anatômico com compressão arterial e a GNM predispondo a formação de trombos. Pacientes com SN tem aumento de 10 a 40% na incidência de eventos tromboembólicos, com maior prevalência na GNM. A causa da hipercoagulabilidade não é muito bem definida. Anormalidades têm sido descritas, como diminuição do níveis séricos de antitrombina e plasminogênio, devido perdas urinárias, associado a maior ativação plaquetária, aumento sérico do fibrinogênio e inibição da ativação do plasminogênio. Hipoalbuminemia severa está associada a trombose, que ocorre mais precocemente.

Conclusões/Considerações finais

A presença da CC associada a trombofilia decorrente da GNM ocasionou a SDT com trombose arterial a qual é mais rara e potencialmente mais grave.

Palavras Chaves

Síndrome do desfiladeiro toráico; Glomerulonefrite membranosa; Costela cervical; Síndrome nefrótica

Área

Clínica Médica

Instituições

Hospital Guilherme Álvaro - São Paulo - Brasil

Autores

Danielle Nogueira Goes e Souza, Rubia Marina Vieira Rettori, Edgar Rossi Depieri