MICOSE FUNGOIDE REFRATÁRIA À FOTOQUIMIOTERAPIA COM PSORALENO MAIS ULTRAVIOLETA A: RELATO DE CASO
Micose fungoide é o tipo mais comum dos linfomas cutâneos de células T helper, sendo uma neoplasia mais frequente no sexo masculino, raro em crianças e adolescentes. As manifestações clássicas iniciam-se com lesões não infiltradas (patches), evoluindo para formação de placas e tumores. É fundamental a realização da biópsia cutânea para exclusão de outras patologias dérmicas e o inicio da terapia correta.
Relatar o caso de uma paciente com quadro de lesões cutâneas causadas pelo linfoma cutâneo de células T helper.
Trata-se de um estudo descritivo do tipo Relato de Caso, com informações obtidas por meio de revisão do prontuário e revisão da literatura.
Paciente do sexo feminino, 56 anos, branca, natural e residente em Belo Horizonte, trabalha com tecnologia da informação, relata que iniciou em novembro de 2015 quadro de faringite associado a rash cutâneo após utilização de anti-inflamtório, sem melhora com a prescrição de anti-histamínico. Negou febre, emagrecimento e sudorese noturna. Ao exame clínico, apresentava lesões maculopapulares e tumorais distribuídas por toda a superfície corpórea, principalmente nos membros inferiores e superiores, sem linfonodomegalia palpável. Realizado biópsia de lesão cutânea cujo anatomopatológico demonstrou cortes de pele da coxa com hiperceratose epidermotropismo acentuado de linfócitos por vezes convolutos formando microabscessos de Pautrier. O estudo imunohistoquímico apresentou positividade para CD20, CD3, CD2, CD4 e negativo para CD7 e CD8. Exames de tomografia computadorizada de tórax e abdome total sem indícios de acometimento visceral. Definido tratamento com corticoterapia tópica com melhora parcial das lesões, sendo iniciado a fotoquimioterapia com psoraleno mais ultravioleta A (PUVA) 55 sessões. Após término do tratamento paciente ainda manteve resposta parcial, foi iniciado radioterapia localizada com feixe de elétrons. Paciente apresentou resposta completa com melhora das lesões, sem evidências clínicas de recidiva, em acompanhamento ambulatorial com dermatologista e oncologista.
A realização da biópsia seguida da imunohistoquimica é necessário para diagnóstico diferencial com outras patologias dermatológicas com lesões semelhantes.
Pacientes com diagnóstico de micose fungoide sem acometimento visceral e sem resposta completa ao tratamento com PUVA, podem apresentar boa resposta com tratamento de radioterapia localizada com feixe de elétrons.
Linfoma cutâneo de células T; Micose fungoide; Fotoquimioterapia.
Clínica Médica
1. Médico Especializando do Serviço de Clínica Médica, da Rede Mater Dei de Saúde em parceria com a Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais - Minas Gerais - Brasil, 2. Cardiologista da Rede Mater Dei de Saúde - Minas Gerais - Brasil, 3. Acadêmico de Medicina da Faculdade de Medicina de Barbacena - Minas Gerais - Brasil
Evelyn Joyce CORGOSINHO, Ivana Miglio De CASTRO, Rodrigo Franco SANTOS, Etiene Marcio VARGAS, Igor Miglio De CASTRO