PRÓTESES ESOFÁGICAS PARA TRATAMENTO DE ESTENOSE TUMORAL E SEQUELAS DO TRATAMENTO.
Introdução/Fundamentos: Câncer de esôfago constitui a sexta maior causa de morte por câncer do mundo, e seu tratamento ainda é predominantemente paliativo, tendo em vista que a maioria dos tumores encontra-se em estágio avançado, mais de 60% são irressecáveis na ocasião do diagnóstico e a sobrevida destes pacientes em 5 anos é de 5-10%. Disfagia é o principal sintoma de doença avançada e pode propiciar complicações como regurgitação, pneumonia aspirativa e caquexia, piorando quadro clínico do paciente e, portanto, os principais objetivos do tratamento paliativo são manutenção da ingesta oral, redução do tempo de hospitalização e alívio dos sintomas, sendo a colocação de prótese metálica esofágica autoexpansível (PMAE) uma das principais opções para tratamento endoscópico paliativo e o de escolha para fístulas esôfago-respiratórias, com resolução em mais de 70% dos casos.
Objetivos: Descrever casos de implantação de PMAE esofágicas em pacientes com obstrução tumoral ou sequelas do tratamento.
Delineamento/Métodos: Estudo observacional/descritivo constando série de casos a partir de dados obtidos em prontuário médico de pacientes submetidos à colocação de PMAE esofágica e revisão da literatura nas bases de dados eletrônicas.
Resultados: Neste estudo foram analisados 3 pacientes submetidos à colocação de PMAE. O primeiro apresentava carcinoma epidermoide em terço médio do esôfago, sendo submetido à radioterapia. Evoluiu com formação de fístula esôfago-brônquica. O segundo apresentava tumoração esofágica, sendo também submetido à radioterapia, tendo como consequência estenose actínica. E o terceiro paciente apresentava obstrução tumoral em esôfago distal e cárdia, fora de possibilidade de tratamento. Nos 3 casos, a escolha foi colocação de PMAE. O primeiro e o segundo tratam-se de sequelas provocadas pela radioterapia, enquanto o terceiro revela caso de complicação da malignidade, evoluindo com obstrução. Os pacientes evoluíram bem, com melhora da sintomatologia, manutenção da ingesta oral e melhora na qualidade de vida.
Conclusões/Considerações Finais: Paliação com controle da disfagia torna-se o principal objetivo da terapêutica em malignidades esofágicas e a PMAE vem consolidando como uma das principais opções de tratamento, por apresentar vantagens em relação a outros métodos e prolongar sobrevida dos pacientes sem maiores complicações. O estudo destes casos reafirma benefícios desta modalidade terapêutica e melhora na qualidade de vida dos pacientes.
Palavras-chave: Próteses esofágicas, estenose tumoral, estenose actínica, fístula esôfago-brônquica.
Clínica Médica
Kissila Silva Pereira, Alan Silva Martins, Ana Carolina Guedes Castro, Allana Souza Rodrigues, Guilherme Falcão Ribeiro Ferreira