14º Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 4º Congresso Internacional de Medicina de Urgência de Emergência

14º Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 4º Congresso Internacional de Medicina de Urgência de Emergência

MINASCENTRO - Belo Horizonte /MG | 04 a 06 de Outubro de 2017

Dados do Trabalho


Título

SÍNDROME HEMOFAGOCÍTICA E LEISHMANIOSE VISCERAL: RELATO DE CASO.

Fundamentação/Introdução

A leishmaniose visceral é uma antropozoonose endêmica no Nordeste brasileiro, em raros casos pode complicar com a síndrome hemofagocítica. A síndrome hemofagocítica, também chamada de linfohistiocitose, decorre de uma ativação imunológica excessiva de macrófagos e células T, resultante de produção irregular de citocinas, desencadeando um estado hiperinflamatório responsável pelos sinais e sintomas da síndrome. Existe a forma primária associada a defeito genético e a secundária, complicação rara de condições comuns, como infecções, neoplasias e doenças autoimunes.

Objetivos

Relatar caso ocorrido no Hospital Getúlio Vargas, Recife, em fevereiro de 2017.

Delineamento/Métodos

Estudo descritivo do tipo relato de caso baseado em dados obtidos através de anamnese, exame físico e exames complementares, associado a revisão na literatura.

Resultados

Paciente, 36 anos, sexo masculino, branco, agricultor, admitido com quadro de febre elevada, dor abdominal em região epigástrica associado a aumento do volume abdominal há 20 dias. Relato de perda de peso, 5kg nos últimos 15 dias e astenia intensa. Após três dias da admissão, evoluiu com pancitopenia, hiperferritinemia, hipertrigliceridemia, com teste rápido para HIV negativo, sorologias para hepatites negativa. Realizou USG de Abdome que evidenciou hepatoesplenomegalia e mielograma que observou amostras de Leishmania e hemofagocitose. O paciente recebeu terapia específica para Síndrome Hemofagocítica com Etoposídeo, duas vezes por semana por duas semanas e na terceira semana, única dose associado a Dexametasona e tratamento para Leishmaniose Visceral com Anfotericina B Lipossomal por sete dias, com excelente resposta clínica e laboratorial, diminuição dos níveis de Ferritina, importante marcador de melhora laboratorial na Hemofagocitose, e posterior alta hospitalar.

Conclusões/Considerações finais

A associação de síndrome hemofagocítica com leishmaniose visceral é rara, porém deve ser sempre suspeitada em áreas onde a antropozoonose é endêmica. A síndrome hemofagocítica reacional é uma condição pouco comum, associada a várias doenças. As principais associações que devem ser lembradas e pesquisadas são os vírus, sendo o Epstein- Barr o mais comum, e neoplasias hematológicas malignas, com destaque para o linfoma não-Hodgkin. A evolução da doença em geral é extremamente ruim, com um curso rápido, agressivo e alta morbimortalidade. Sendo assim, torna-se fundamental um diagnóstico rápido para que se possa realizar uma pronta instituição do tratamento, o qual deve ser baseado na causa subjacente.

Palavras Chaves

Leishmaniose visceral;síndrome hemofagocítica ;relato de caso

Área

Clínica Médica

Instituições

Hospital Getulio Vargas - Pernambuco - Brasil

Autores

Rodrigo Medeiros Barbosa Arruda, Ieda Ludmer Guedes Alcoforado, Sergio Gondim Barbosa de Souza, Vladilene Teixeira Barbosa da Silva, Livia Dias Braz Macedo