Erupção cutanea fixa Relato de caso
A erupção fixa à droga apresenta um tipo de acometimento mucocutâneo comum, caracterizado por aparecimento de lesões eritematosas, maculopapulares que se desenvolvem algumas horas após contato com fármaco, usualmente em similar topografia. Apresentamos um caso clínico de uma jovem que apresentou quadro compatível com erupção fixa após uso de dipirona.
Evidenciar a erupção fixa à droga como diagnóstico diferencial importante de placas urticariformes após uso de fármacos.
Revisão de Prontuário.
Descrição de caso:Paciente de 17 anos, sexo feminino, chega ao pronto atendimento com quadro de febre de 37,9º, cefaléia e mialgia de início há um dia. Ao exame físico, evidenciam-se placas eritematosas e múltiplas púrpuras em região de dorso, abdome e membros inferiores. Nega comorbidades e nega antecedentes alérgicos. Refere que no dia anterior à consulta fez uso de dipirona em associação com cafeína e orfenadrina para controle de cefaléia tensional. Nega uso prévio desta medicação. Foi internada para investigação clínica, visto que apresentou hemograma normal , sem sinais de doença infeciosa. Durante o curso da internação, as lesões cutâneas adquiriram aspecto violáceo, bem circunscritas, sem aumento de tamanho ou número das mesmas, e o quadro geral limitou-se à descamação não-furfurácea. Paciente evoluiu sem febre e sem queixas, medicada de maneira sintomática com anti-histamínico e corticóide na dosagem de 0,5 mg/kg. Foi solicitada avaliação pela dermatologia, que indicou biópsia de pele para elucidação do tipo da farmacodermia. Biópsia de uma das lesões do dorso apresentou apenas processo inflamatório inespecífico. Após dez dias de internação, com controle parcial das lesões e manutenção do padrão descamativo e com hipocromia residual, paciente teve alta para acompanhamento ambulatorial com diagnóstico de erupção fixa à droga.
As reações adversas as medicações podem ser classificadas como previsíveis e imprevisíveis, sendo esta mais comumente relacionada a processos de idiossincrasia e suscetibilidade individual. Estima-se que 5-15% dos pacientes desenvolva alterações cutâneas após uso de fármacos, sendo a erupção fixa à droga uma etiologia comum. Costuma ter bom prognóstico apenas com a suspensão da medicação, porém em paciente em uso de múltiplos remédios, a correta identificação do agente agressor pode ser tornar desafio diagnóstico.
Erupção fixa a droga
Clínica Médica
HOSPITAL POLICLIN IPEP - São Paulo - Brasil
ANDRE LOPEZ DO NASCIMENTO, PALOMA BEATRIZ RATTO, KALINA TONDATO DE PAULA E SILVA, LEONARDO MOURA BRASIL DA ROCHA SANTOS, JOAO MANUEL THEOTONIO DOS SANTOS