14º Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 4º Congresso Internacional de Medicina de Urgência de Emergência

14º Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 4º Congresso Internacional de Medicina de Urgência de Emergência

MINASCENTRO - Belo Horizonte /MG | 04 a 06 de Outubro de 2017

Dados do Trabalho


Título

Tumor Marrom Maxilomandibular em paciente com Hiperparatireoidismo Secundário à Insuficiência Renal Crônica: Relato de Caso

Fundamentação/Introdução

O hiperparatireoidismo é uma manifestação comum na doença renal crônica (DRC), com alta morbi-mortalidade e difícil manejo clínico. O Tumor marrom (TM) ou osteoclastoma é uma forma de apresentação focal da osteíte fibrosa cística e representa uma complicação do hiperparatireoidismo, sendo que no secundário, a incidência é de 1,5% a 1,7%.

Objetivos

Relatar um caso de TM em paciente jovem, renal crônico portador de hiperparatireoidismo secundário (HPT2º) severo.

Delineamento/Métodos

Relato de caso com revisão nas bases de dados MEDLINE, LILACS e PUBMED.

Resultados

Caso Clínico: Paciente masculino, 37 anos, internado no Hospital de Urgência de Goiânia (HUGO) devido fratura de fêmur esquerdo após acidente automobilístico. Em avaliação, apresentava intenso aumento maxilomandibular bilateral, maior à direita associado a dor, além de aumento do diâmetro ântero-posterior do tórax. Portador de DRC dialítico há mais de 12 anos, de etiologia desconhecida, há 2 anos iniciou com nodulações submandibulares, com aumento progressivo evoluindo para deformidades ósseas em face e tórax anterior. Exames laboratoriais revelaram aumento de uréia, creatinina, paratormônio de 1.900pg/ml (normal de 12 a 72pg/ml), fosfatase alcalina de 1.479U/ml, com níveis de cálcio sérico e iônico eram normais (8,7 mg/dl e 1,27 mmol/l, respectivamente) e fósforo de 6,7 mg/dl. As paratireóides mostravam-se aumentadas na ecografia cervical e cintilografia revelou sinais de hiperplasia de paratireóides a partir da hipercaptação de radiofármaco. Em tomografia computadorizada (TC) da face havia espessamento ósseo difuso de mandíbula (em destaque corpo mandibular direito), maxilares e calota craniana, com aspecto típico “sal e pimenta”, relacionada à intensa atividade osteoclástica. Em TC de tórax observou-se áreas escleróticas e líticas de permeio na coluna, arcos costais e regiões escápulo-umerais. Sendo assim, os achados de HPT corroboraram com a hipótese de TM, sendo então indicada paratireoidectomia total. O paciente teve alta hospitalar após correção de fratura de fêmur para posterior retorno ambulatorial e programação da paratireoidectomia.

Conclusões/Considerações finais

O TM se expressa clinicamente através de uma lesão solitária, lítica, expansiva que acomete ossos longos, costelas e pelve, e menos frequentemente maxila e mandíbula. Apesar dos avanços no tratamento do HPT2º, a prevalência ainda persiste elevada nos portadores de DRC, tornando-os suscetíveis a ocorrência de alterações ósseas, tal qual descrito neste caso clínico de TM maxilomandibular.

Palavras Chaves

Hiperparatireoidismo; Osteíte Fibrosa Cística; Doença renal crônica; Tumor marrom

Área

Clínica Médica

Instituições

HOSPITAL DE URGÊNCIA DE GOIÂNIA (HUGO) - Goiás - Brasil

Autores

BRUNA BORGES LAMOUNIER, ALINE PINHEIRO CUSTODIO, TALITA RAMOS DE ALENCAR SILVA, LUANA MARIA RABELO, MARIELLY CHRISTINA DOS SANTOS