Perfil Epidemiológico de Hospitalização e Mortalidade por Infarto Agudo do Miocárdio na Paraíba
As doenças do aparelho circulatório representam uns dos problemas mais importantes da atualidade, tanto em países desenvolvidos quanto em desenvolvimento. Dentre elas, as doenças isquêmicas do coração, em especial o Infarto Agudo do Miocárdio (IAM), são importantes causas de óbito e incapacidade em adultos na sociedade atual. Mesmo com avanços terapêuticos para o IAM nos últimos anos no Brasil, a taxa de mortalidade continua crescente, principalmente na região Nordeste.
Realizar um delineamento do perfil epidemiológico do IAM em hospitais públicos no estado da Paraíba e comparar com os dados a nível nacional entre 2000 e 2016.
Estudo prospectivo histórico realizado entre 2000 e 2016. Os dados foram obtidos no DATASUS. Utilizamos o teste T-Student para comparação entre os períodos 2000-2001 e 2015-2016 quando apropriado. O nível de significância considerado foi de 5%.
Na Paraíba, houve um aumento de 20,94% no número de internações por IAM entre 2000-2001 e 2015-2016, enquanto que no Brasil, o aumento foi de 155%. Em relação à taxa de mortalidade hospitalar, na Paraíba houve aumento de 4,17%, enquanto que a nível nacional observou-se queda de 29,22%. A taxa de mortalidade estadual corroborou com o coeficiente de mortalidade populacional, que apresentou aumento de 8,69%. Ainda foi observado que a média de permanência na Paraíba aumentou 21,95%, enquanto que o Brasil não sofreu alteração estatisticamente significante.
O estudo mostrou as modificações na tendência de internações e óbitos hospitalares por IAM na Paraíba nos últimos 17 anos. Por ser uma doença mais observada nos últimos anos de vida, o aumento nas internações se justifica pelo aumento da longevidade da população e presença de mais comorbidades com o avanço da idade. Porém, em contraste com o Brasil, a Paraíba teve um aumento significativamente menor, o que sugere uma falta de estrutura hospitalar para receber os doentes. O aumento na mortalidade, assim como no tempo médio de internação, pode estar relacionado a fatores que influenciam no tratamento, como a estrutura, falta de medicamentos e falta de médicos preparados para manejar a situação. São necessários mais estudos que investiguem a fundo os problemas no manejo do IAM na Paraíba para orientar ações que possam reverter esse quadro.
Infarto Agudo do Miocárdio, hospitalização, hospitais públicos
Clínica Médica
Universidade Federal da Paraíba - Paraíba - Brasil
Ariano Brilhante Pegado Suassuna, Arthur Antonino Silva Nunes, André Telis Vilela Araújo