RESPOSTA AO USO DE IMUNOGLOBULINA EM PACIENTES COM PTI
A púrpura trombocitopênica imune (PTI) é uma condição clínica mediada por anticorpos contra antígenos plaquetários que promovem destruição dos mesmos, esse mecanismo fisiopatológico é incerto, porém acredita-se que seja por mediação de anticorpos IgG. É considerada grave quando plaquetas menor que 20.000. O diagnóstico é clínico e laboratorial na presença de trombocitopenia isolada, afastando diagnósticos diferenciais e causas secundárias. Atualmente os tratamentos de primeira linha são glicocorticoides e imunoglobulina humana (IGIV). A IGIV costuma aumentar plaquetas em 24 a 48h, e está indicada para pacientes com paquetopenia grave e que precisam de terapêutica com resposta rápida.
Resposta satisfatória ao uso da IGIV e refratária a imunossupressão com corticóide.
Paciente 1, previamente hígida, 24 anos, refere petéquias e equimoses de membros inferiors (MMII), gengivorragia e petéquias em palato, nega febre e outros sintomas. Laboratório: 0 plaquetas, sem outras alterações. BHCG negativo. Paciente 2, 91 anos, previamente hígida, refere petéquis de MMII, sem outras queixas. Laboratório: 4000 plaquetas, sem outras alterações. Ambas com Ecocardiograma transtorácico e transesofágico normais. Sorologias negativas para HIV, HEPATITES, ZIKA, DENGUE E CHIKUGUNYA. Endoscopia digestiva alta normal. Negam uso de medicações regulares que causassem paquetopenia. Iniciada pulsoterapia metilprednisolona por 3 dias, ambas sem reposta terapêutica. Iniciado, então imunoglobulina 1g/kg dia, por 3 dias com melhora para níveis plaquetários de 71 mil (primeira paciente) e 270 mil (segunda paciente).
Os casos descritos foram diagnosticados como PTI grave, pela presença de níveis plaquetários baixos e menores que 20.000, sem outros fatores, com resposta satisfatória ao uso da IGIV e refratária ao corticóide, após 3 dias.
O uso da IGIV continua a ser um tratamento primário eficaz e aprovado para trombocitopenia devido à PTI. Recomenda-se o uso de 1g/kg/dia, por 5 dias ou suspensão após resposta satisfatória. Já foi comprovado uma resposta de até 88% em pacientes com essa terapêutica, mantendo dose de manutenção posterior com corticoide oral. O uso dessa medicação está associada eventos adversos graves, sendo importante a seleção cuidadosa da população e monitoramento pós-terapia que permitirá a detecção precoce de intercorrências e podendo garantir uma instituição rápida de terapias de suporte.
PTI, Plaquetopenia grave, IGIV, refratariedade ao uso de corticoide.
Clínica Médica
Hospital Municipal Souza Aguiar - Rio de Janeiro - Brasil
Jessica Zandomenico Souza, Milena Sampaio Barreto, Eleonora Peixoto Britto, Wendy Yuri Uno, Sara Mendoza Cruz