14º Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 4º Congresso Internacional de Medicina de Urgência de Emergência

14º Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 4º Congresso Internacional de Medicina de Urgência de Emergência

MINASCENTRO - Belo Horizonte /MG | 04 a 06 de Outubro de 2017

Dados do Trabalho


Título

Hipertensão Arterial Sistêmica Secundária: quando investigar?

Fundamentação/Introdução

Introdução: Na avaliação de um paciente hipertenso com particularidades, como instalação aguda da Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS), refratariedade ao tratamento, idade menor que 30 anos, na ausência de fatores de risco, deve-se aventar a hipótese de HAS secundária (HAS-S). Assim, é imperativa a elucidação etiológica da HAS-S, objetivando tratamento e melhora do prognóstico. As causas de HAS-S são renovascular, doença renal primária, coarctação da aorta, aldosteronismo primário, feocromocitoma, hipotireoidismo, hiperparatireoidismo, Síndrome de Cushing, vasculites e medicações.

Objetivos

Objetivo: Relatar caso de HAS secundária a vasculite em paciente jovem.

Delineamento/Métodos

Descrição do caso: Mulher, 31 anos, parda, IMC 21, hipertensa desde 27 anos. Iniciou acompanhamento com quadro de síncopes, dispneia (NYHA I), perda ponderal insidiosa e claudicação intermitente em MSE e MMII. Ao exame: PA inaudível em MSE, com perfusão periférica reduzida; PA 170/80mmHg em MSD; PAS 120mmHg em MMII, com amplitudes de pulsos reduzidas e simétricas, mas com perfusão periférica  MMII preservada. Sopro abdominal. Exames: Metanefrina 53, Normetanefrina 119, Microalbuminúria 2,2, Ácido Mandélico 1,8; Adrenalina 47; Noradrenalina 85;  Dopamina 23,5; Rel. Aldosterona/Atividade de Renina: 12; Creatinina 0,58; K 4,0; TSH 4,1; PTH 47,8. Angioressonância de Aorta torácica, abdominal e vasos da base: estenose moderada/significativa de aorta abdominal infrarrenal e estenose significativa de artéria axilar esquerda. Hipótese diagnóstica: HAS-S decorrente de  Arterite de Takayasu (AT).

Resultados

Foi otimizado o tratamento anti-hipertensivo e encaminhada à Reumatologia, com início de imunossupressão. Evoluiu com boa resposta, porém baixa tolerância à redução da dose dos imunossupressores e difícil controle pressórico.

Conclusões/Considerações finais

Conclusão: A AT é uma vasculite crônica, de etiologia desconhecida, que afeta principalmente a aorta e seus ramos principais. Para o diagnóstico a paciente deve apresentar 3 destes critérios: idade de início ≤40 anos; claudicação das extremidades; redução da amplitude de pulso em uma ou ambas as artérias braquiais; diferença > 10 mmHg na pressão arterial sistólica entre os MMSS; sopro em topografia de artérias subclávias/aorta abdominal; estreitamento/oclusão arteriográfica da aorta ou seus ramos primários. A HAS secundária à AT é causada por redução da elasticidade da aorta e seus ramos e está presente em 50% dos casos. A suspeição clínica é o passo inicial para o diagnóstico e tratamento específico.

Palavras Chaves

Hipertensão, vasculite, aorta, Takayasu

Área

Clínica Médica

Autores

Kenia Cristina Correia Martins, Maria Carmo Rabelo Alvim Rodrigues, Tatiana Januzzi Naves Vilela, Luciana Cristian Coelho Garcia, Rodrigo Pinheiro Lanna