APRESENTAÇÃO ATÍPICA DE TERATOMA OVARIANO COMO DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DE ANGINA PECTORIS: RELATO DE CASO
O teratoma cístico benigno é a neoplasia ovariana mais frequente entre mulheres jovens, sendo a raça branca a mais acometida. A maior parte dos teratomas maduros são assintomáticos e a ultrassonografia é método diagnóstico que, associado aos marcadores tumorais, auxilia no rastreamento e diagnóstico diferencial de tumores ovarianos.
Relatar a apresentação atípica de um caso de teratoma ovariano em uma paciente idosa cuja apresentação clínica inicial assemelhava-se a um quadro de angina, mas posteriormente foi firmado diagnóstico e tratamento dirigido ao teratoma.
Descrição do caso: Paciente G.F.R., sexo feminino, 78 anos, faioderma, hospitalizada aos cuidados da cardiologia devido à provável angina pectoris, evoluiu com queixa de dor abdominal difusa. Não apresentava outros sinais e sintomas como náuseas, vômitos, febre, perda ponderal e alterações do hábito intestinal. Menopausa aos 49 anos, G10P10A0, sem alterações do ciclo menstrual anterior à menopausa, não fez uso de anticoncepcional oral nem de terapia hormonal.
Descrição do caso: Ao exame físico apresentava abdome globoso, flácido, indolor à palpação, presença de massa em região hipogástrica e ruídos hidroaéreos presentes. Solicitou-se ultrassonografia abdominal total que evidenciou imagem nodular em cavidade abdominal a esclarecer, sendo aventada hipótese de coleção. Seguindo propedêutica, solicitou-se tomografia computadorizada de abdome total, que evidenciou massa com densidade de gordura e paredes irregulares e calcificadas, localizada no hipogástrio, em íntimo contato com alças do intestino delgado e parede abdominal anterior à esquerda, medindo 8,1 x 5,6 cm em seus maiores eixos axiais, sugerindo teratoma. Foram solicitados marcadores tumorais: Antígeno carcinoembriogênico (CEA): 1,38 ng/ml e alfa-fetoproteína (AFP): 5, 27 ng/ml (dentro dos limites de normalidade). Com a hipótese diagnóstica de teratoma, a conduta foi indicação de abordagem cirúrgica e a paciente foi submetida à ooforectomia bilateral, com ressecção de teratoma. A mesma não apresentou intercorrências durante o ato cirúrgico e evoluiu sem queixas.
A forma de apresentação do teratoma na paciente em questão foi atípica, posto que ela era idosa, faioderma e com sintomas associados. Neste caso, a conduta cirúrgica foi curativa e os métodos de imagem e a dosagem de marcadores tumorais, associados à clínica, foram essenciais para o diagnóstico e tratamento.
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Clínica Médica
Santa Casa de Misericórdia de Araguari - Minas Gerais - Brasil
JÉSSICA EVANGELISTA DE QUEIROZ, VALDENICE RODRIGUES DA CUNHA SOUSA, FRANCIELLY DOS SANTOS VIEIRA, DEBORA OLIVEIRA QUEIROZ MACHADO, RAYANE STEFANIE BOTELHO FONSECA