Título

Tamponamento cardíaco por carcinoma de pequenas células do pulmão: análise de caso

Fundamentação/Introdução

Malignidade é geralmente a causa mais comum de derrame pericárdico e subsequente tamponamento em pacientes de centros hospitalares de cuidados terciários.
O tamponamento cardíaco é uma emergência rara, que provém do aumento da pressão no pericárdio por presença de derrame. O câncer de pulmão abrange mais que 1/3 dos derrames pericárdicos malignos.

Objetivos

Investigar a clínica e as características patológicas de pacientes com tamponamento cardíaco causado por câncer primário de pulmão, assim como possibilidades de tratamento e prognóstico.

Delineamento/Métodos

Descrição de caso

Resultados

Homem, branco, 57 anos, hipertenso, ex-tabagista, com história de diagnóstico recente de tumor de pulmão esquerdo e linfonodomegalia mediastinal e cervical. Submetido à biópsia de linfonodo supra-clavicular direito, o qual confirmou-se neoplasia maligna indiferenciada de pequenas células.
Há cerca uma semana iniciou quadro de dispneia progressiva, culminando com ortopneia e dispneia em repouso. No dia da realização de tomografias de tórax, crânio e abdome para estadiamento do tumor, visualizou-se grande derrame pericárdico durante a realização do exame, e, com isso, foi encaminhado para o hospital de referência com hipótese diagnóstica de tamponamento cardíaco.
Admitido inicialmente na Unidade de Dor Torácica, e, após realização de Ecocardiograma Transtorácico e coleta de exames laboratoriais, encaminhado imediatamente ao Centro Cirúrgico para realização de drenagem de derrame pericárdico, já que ao Ecocardiograma Transtorácico evidenciou-se tamponamento cardíaco iminente. Procedimento realizado com sucesso, sendo drenado 600 ml de líquido hemático.
O paciente foi, então, recebido em Unidade de Terapia Intensiva, em pós-operatório imediato, entubado, ainda sob sedação e uso de noradrenalina 7 ml/h.
No segundo dia de pós-operatório de drenagem, evoluiu com taquicardia supraventricular com instabilidade hemodinâmica. Encontrava-se hipotérmico, mantendo-se hipoxêmico segundo os parâmetros ventilatórios.
Seguiu em gravíssimo estado geral, refratário as medidas instituídas porém confortável, quando, no 11º dia de pós-operatório de drenagem do tamponamento cardíaco, veio a falecer.

Conclusões/Considerações finais

Tamponamento cardíaco complicando com derrame pleural maligno é uma emergência oncológica pouco estudada. Geralmente está associado a um péssimo prognóstico, sendo reconhecido como evento pré-terminal. A sobrevida média após esse achado é aproximadamente 3 meses ou menos, independente de intervenções.

Palavras Chaves

Derrame Pericárdico; Tamponamento Cardíaco; Carcinoma Pulmonar de Pequenas Células.

Área

Clínica Médica