PERFIL DE SENSIBILIDADE DOS UROPATÓGENOS CAUSADORES DE INFECÇÃO COMUNITÁRIA DO TRATO URINÁRIO
A infecção do trato urinário (ITU) é uma das afecções mais comuns da clínica médica. É definida como a invasão microbiana de qualquer órgão do trato urinário, desde a uretra até os rins. O padrão ouro para o diagnóstico é a urocultura, que indica a ocorrência de multiplicação bacteriana no trato urinário, bem como permite o isolamento do agente etiológico e o estudo de sua sensibilidade aos antimicrobianos pelo antibiograma.
O objetivo do trabalho é identificar a prevalência dos uropatógenos e seu perfil de sensibilidade aos antimicrobianos, uma vez que a prevalência de resistência bacteriana aos antibióticos nas infecções comunitárias vem crescendo, o que representa um desafio ao tratamento.
Foram estudadas de forma observacional e retrospectiva 140 uroculturas positivas, representativas de infecção comunitária do trato urinário, referentes ao ano de 2016, de pacientes hospitalizados em um hospital de ensino. Foi considerada positiva urocultura com crescimento bacteriano maior ou igual a 10⁵ UFC/ml de um único microorganismo, para o qual tenha sido realizado antibiograma. Os dados coletados foram data de internação e da cultura, tipo de infecção, uropatógeno e sensibilidade aos antimicrobianos.
Das 140 uroculturas positivas com antibiograma analisadas, 29 uropatógenos foram identificados. O mais prevalente foi E coli (51,4%), seguido de Klebsiella pneumoniae (15,7%) e Enterococcus sp (5,7%). Os outros agentes isolados constituiram 27,2% da amostra. No período estudado, a E coli apresentou boa sensibilidade a amicacina (97,2%) e nitrofurantoina (95,8%). A sensibilidade às quinolonas, frequentemente utilizadas na prática clínica, foi de 73,6% para ciprofloxacina e 68% para norfloxacina. A Klebsiella pneumoniae apresentou maior sensibilidade à amicacina (95,4%). 54,5% das cepas apresentaram sensibilidade equivalente à gentamicina, ceftriaxone e cefepime. O Enterococcus sp, apresentou boa sensibilidade à vancomicina e linezolida, com 100% cada, seguido de ampicilina e nitrofurantoina, com 87,5% cada. Os demais microorganismos apresentaram perfis de sensibilidade variados aos antibióticos testados.
A E coli foi o agente mais isolado, representando 51,4% do total, com boa sensibilidade a aminoglicosideos e nitrofurantoina. Diante da grande incidência de falha terapêutica, impõe-se a cada serviço o conhecimento da prevalência e frequência dos agentes e o perfil de sensibilidade aos antimicrobianos.
Infecção comunitária do trato urinário, uropatogenos, sensibilidade antimicrobiana
Clínica Médica
TALITA GONÇALVES PEREIRA SOUZA, CLAUDIA CHAVES MENDONÇA, CRISTIANE MARCOS SOARES DIAS