AVALIAÇÃO DO CONHECIMENTO DOS PARTICIPANTES DE UMA CAMPANHA EDUCATIVA ACERCA DA DOAÇÃO DE ÓRGÃOS NO OESTE DO PARÁ
Com a grande melhoria de sobrevida e qualidade de vida dos transplantados de órgãos, as indicações de transplantes e o número de pacientes procurando está terapia cresceram significativamente nas duas décadas. Sobre o conhecimento da população acerca do transplante de órgãos – suas leis, protocolos, intenção de se tornar doador, demanda e oferta, por exemplo –, o Brasil é um país que possui poucos dados acerca dessa opinião geral e como ela influencia no processo de doação.
Avaliar o conhecimento dos participantes da campanha “Doe Órgão, Doe Vida” acerca da doação de órgãos, além de compreender as relações existentes entre os indicadores socioeconômicos e o índice de aceitação desta população alusivo a doação de órgãos.
Foi realizado um estudo descritivo, transversal, quantitativo, no qual foi aplicado um questionário padronizado aos 39 participantes da campanha “Doe Órgão, Doe Vida”, realizada pelos membros da Liga Acadêmica de Nefrologia do Oeste do Pará em parceria com o Comitê Local da IFMSA Brasil – UEPA Santarém. Critérios de inclusão: ser maior de idade e estar disposto a responder o questionário. Critérios de exclusão: ser menor de idade e não aceitar assinar o TCLE.
Cerca de 48,8% dos entrevistados não conheciam a Lei dos Transplantes de Órgãos 9434/97 e 46,1% a conheciam sem detalhes. 84,6% dos participantes souberam responder corretamente quem autorizava a doação, 10,2% respondeu a opção “cartão do doador” e 5,2% não informou opinião. Dos pesquisados, 69,3% aceitam ser doador, 20,5% não tem opinião formada, pois nunca pensaram no assunto e 7,2% não aceitam serem doadores, enquanto 2,5% não informaram opinião acerca do tema. Sobre a exposição da intenção de doar, 59% dos entrevistados não informaram a família sobre a intenção ou não de doar os órgãos, diferente dos ínfimos 23% que já o fez. Quanto ao gênero, 84,4% dos homens e 55% das mulheres aceitam doar órgãos. 66% dos católicos, 66% dos evangélicos, 100% dos ateus e 100% dos indivíduos das demais religiões se declaram favoráveis à doação de órgãos. Percebe-se que que a faixa etária dos 18 aos 26 anos demonstra mais interesse em ser doador. Sobre o conhecimento acerca da morte encefálica, apenas 30,77% soube conceituar corretamente.
Diante dos dados, observa-se a importância de levar conhecimento a população sobre a temática de doação de órgãos, tão importante nos dias atuais.
Doação de órgãos, Transplante
Clínica Médica
Maristella Rodrigues Nery da Rocha, Miguel Rebouças de Sousa, Matheus Fernando Borges, David Sanches Figueiredo Viana, Karine Leão Marinho