IDENTIFICAÇÃO DA PREVALÊNCIA DE MORTES POR SEPSE NO NORDESTE
Sepse é uma disfunção orgânica potencialmente fatal causada por uma resposta do hospedeiro desregulada à infecção. O dano ao órgão final é identificado como uma alteração aguda no escore de Avaliação de Falha de Órgãos Sequencial (SOFA) ≥2. A doença é a principal geradora de custos nos setores público e privado, devido a necessidade de utilizar equipamentos sofisticados, medicamentos caros e exigir muito trabalho da equipe médica. O conhecimento sobre a epidemiologia dos casos de morte por sepse são de suma importância para sua detecção precoce a beira do leito e, quando associado à instituição de adequado tratamento, tem se mostrado decisivo para um desenlace mais favorável dessa patologia.
Identificar a prevalência de mortes devido à septicemia no Nordeste em comparativo com a mortalidade geral.
Foi realizado um estudo analítico transversal do tipo ecológico, onde foram analisados o número de óbitos relacionados à septicemia no Nordeste de 2004 a 2013, disponível na base de dados DATASUS, através dos códigos CID-10: A40 (Septicemia streptococica) e A41(Outras septicemias). Estes dados foram cruzados com as variáveis: ano, faixa etária, sexo e local de ocorrência. Também foi realizada revisão de literatura na base de dados Scielo, Bireme e Bvsalud.
Os dados do DATASUS revelaram que os casos de mortalidade por sepse foram de 3311; 3476; 3114; 3058; 3170; 3269; 3270; 3820; 3796; 4153, respectivamente. De acordo com a faixa etária, chamam atenção os índices em crianças menores de um ano, 3311 casos, e adultos maiores de 80 anos, 10223 casos, porém, nota-se aumento considerável da mortalidade a partir dos 50 anos. Na variável sexo, observaram-se valores semelhantes em homens e mulheres, respectivamente, 17297 e 17122. Quanto ao local de ocorrência, o maior número de óbitos ocorre a nível hospitalar com 30.729 óbitos de um total de 34.437. A mortalidade geral foi de 2.787.864 e a septicemia representa cerca de 0,8% deste valor.
O manejo atual da sepse requer um diagnóstico precoce e um tratamento agressivo, incluindo a detecção e eliminação do foco infeccioso, monitorização e uso adequado de antimicrobianos. O diagnóstico quando feito nas primeiras horas eleva consideravelmente a chance de vida do paciente, pois na presença de choque séptico, cada hora de atraso na administração de antibióticos efetivos está associada a aumento da mortalidade.
Sepse. Urgência. UTI
Clínica Médica
Natália Assis Nóbrega, Ana Luisa Nunes Meira, Christiane Costa Barros, Iago Marques Batista, Mateus Cesar Araújo Rodrigues