FEOCROMOCITOMA: Relato de Caso
Introdução: Feocromocitomas são tumores secretores de catecolaminas que surgem de células cromafins da medula da glândula adrenal. Sua prevalência em hipertensos é 0,2% e sua incidência anual é de, aproximadamente, 0,8 por 100.000 pessoas. Os sinais e sintomas incluem cefaleia, sudorese, taquicardia, agitação, palidez e dispneia. O diagnóstico é feito através das dosagens de metanefrinas e normetanefrinas na urina de 24 horas associadas às catecolaminas plasmáticas, pela HPLC (cromatografia líquida de alta performance). Após a confirmação diagnóstica deve ser realizada a avaliação do tumor através de TC, RMN ou cintilografia com MIBG-I¹³¹. O tratamento definitivo é cirúrgico. A resolução pré-operatória dos sintomas e a normalização da PA (pressão arterial) são preditores de um desfecho não complicado, sendo obtidas através do bloqueio alfa-adrenérgico.
Objetivo: Relatar um caso de paciente com feocromocitoma.
Metodologia: C.G.C., 41 anos, masculino, com história de náuseas, vômitos, nucalgia e sudorese, iniciados espontaneamente em repouso. Procurou atendimento médico por piora dos sintomas, sendo encaminhado ao hospital por elevação importante da PA e alteração no ECG. Na admissão hospitalar, apresentou elevação de CPK, CKMB e troponinas reagentes. Foi realizado CATE, o qual não demonstrou alterações. Um mês após a crise, apresentou novamente os sintomas, porém sem alterações em exames complementares. Iniciou investigação ambulatorial. Ao exame físico, regular estado geral, sudoreico, taquicárdico, com elevação da PA (220x180 mmHg). À ausculta cardíaca, bulhas hiperfonéticas com sopro sistólico panfocal. Demais sistemas sem alterações. Apresentou leucocitose, hipercalcemia e hiperglicemia em exames laboratoriais.
Resultados: Realizada investigação com USG abdominal, que demonstrou massa ovóide entre rim esquerdo e baço. Foram solicitadas TC e RM abdominais, que evidenciaram em glândula adrenal esquerda formação expansiva de 10x8 cm e massa sólida heterogênea de 99x87x91mm, respectivamente. Foi constatada a elevação de catecolaminas livres na urina de 24 horas e de catecolaminas plasmáticas em exames laboratoriais. Prosseguiu-se com cintilografia sem evidência de metástase. Iniciou tratamento com Prazosin (alfa-bloqueador), o que determinou remissão dos sintomas adrenérgicos.
Conclusão: Devida raridade do caso se faz necessária a descrição do mesmo para avanço do conhecimento médico nos aspectos clínicos, diagnósticos e terapêuticos.
Feocromocitoma; catecolaminas; hipertensão.
Clínica Médica
Universidade do Vale do Itajaí - Santa Catarina - Brasil
Stephanie Theisen Konzen, Paula Marina Francisco da Cruz, Claudia Theis, Carolina Perrone Marques, Lisllie Wohlers