PERFIL EPIDEMIOLOGICO, LABORATORIAL E PADRÃO DE BIÓPSIA DE MEDULA EM PACIENTES COM SÍNDROME MIELODISPLÁSICA E ANEMIA REFRATÁRIA EM UNIDADE DE REFERÊNCIA EM ONCOLOGIA CLINICA DO SUL DA BAHIA
A síndrome mielodisplásica (SMD) é um grupo de distúrbios hematológicos, caracterizados por baixa contagem de células sanguíneas, marcadores genéticos clonais e maior propensão à leucemia mielóide aguda (LMA). A anemia geralmente com trombocitopenia e neutropenia ocorre devido a uma medula dismórfica que mostra produção ineficiente de células sanguíneas.
Descrever o perfil epidemiológico, laboratorial e padrão de biópsia de pacientes diagnosticados com síndrome mielodisplásica com anemia refratária com excesso de blastos em Serviço de Referência em Oncologia Clinica do Sul da Bahia no período de 2007 a 2017.
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Trata-se estudo transversal, agregado e observacional, analisando os prontuários correspondentes a todos os pacientes com diagnóstico de síndrome mielodisplásica com excesso de blastos atendidos nos últimos 10 anos em Serviço de Referência em Oncologia do Sul da Bahia.
A distribuição por sexo foi de três homens (50%) e três mulheres (50%). A idade dos pacientes variou de 54 a 83 anos, com média (67.8 anos ±11,32 DP). O valor médio de Hemoglobina ao diagnóstico (6,83 g/dL ± 1,4 DP). Ao mielograma todos os pacientes apresentaram medula óssea hipercelular com acometimento da linhagem eritrocitária e 66,66% dos pacientes tiveram a linhagem megariocítica acometida. 66,6% dos pacientes apresentaram SMD primária, e 33,4% preencheram os critérios de SMD secundária à radioterapia. À biópsia, 49,9% dos pacientes apresentaram anemia refratária com excesso de blastos, 33,3% com SMD não classificável (SMD-NC) e 16,6% com anemia refratária com sideroblastos. Nenhum dos pacientes evoluiu com leucemia mieloide aguda (LMA). Todos receberam eritropoetina (EPO), mas necessitaram de hemotransfusão. Três pacientes evoluíram para óbito; todos do sexo masculino.
A prevalência de SMD no Brasil não é conhecida com precisão. Nesse estudo foi evidenciada igual prevalência em homens e mulheres, com homens afetados em idade mais precoce. Todos os pacientes apresentavam diminuição de Hemoglobina ao diagnóstico. Nenhum caso com evolução para leucemia foi constatado. A mortalidade parece estar associada, em maior grau, à SMD secundária e parece ter maior prevalência no sexo masculino, nesse grupo. Parte dos pacientes foram acometidos por eventos tromboembólicos, reforçando dados da literatura. O estudo sobre a SMD no Brasil se faz necessário para melhor entendimento dessa patologia em nosso meio, de forma a identificar o perfil desses pacientes e reduzir desfechos desfavoráveis
Sindrome mielodisplásica, Oncologia, Anemia
Clínica Médica
Unidade de Quimioterapia da Santa Casa de Misericordia de Itabuna-Bahia - Bahia - Brasil, Universidade Estadual de Santa Cruz - Bahia - Brasil
Jacqueline de Freitas Nascimento, Jordian Jorge Pinheiro, Eliseu da Cruz Moreira Junior, Dayse Vieira Pinheiro, Eduardo Kowalski Neto