14º Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 4º Congresso Internacional de Medicina de Urgência de Emergência

14º Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 4º Congresso Internacional de Medicina de Urgência de Emergência

MINASCENTRO - Belo Horizonte /MG | 04 a 06 de Outubro de 2017

Dados do Trabalho


Título

TUBERCULOSE COMO UM IMPORTANTE DIAGNÓSTICO EM PACIENTE COM LESÃO MEDULAR: RELATO DE UM CASO

Fundamentação/Introdução

INTRODUÇÃO: Tuberculose (TB) extrapulmonar ocorre em 10 a 42% dos casos de TB, pode afetar qualquer órgão, requerendo alto índice de suspeita clínica. Apenas 25% dos casos tem confirmação bacteriológica. Na Tuberculose Óssea (TbO) a forma mais comum é a doença de Pott na coluna vertebral. Já a Tuberculose Pleural (TbP) é a forma extrapulmonar mais comum no adulto.

Objetivos

OBJETIVO: Relatar caso clínico de TB óssea e pleural associados.

Delineamento/Métodos

DESCRIÇÃO DO CASO: Paciente masculino, 62 anos, agricultor na zona rural de Montes Claros, Minas Gerais, com história de derrame pleural recidivante. Admitido com dor em coluna toracolombar, perda de força e sensibilidade em membros inferiores (MMII) e perda de controle esfincteriano, progredindo para paraplegia completa 4 meses antes da internação. Ao exame, estava restrito ao leito sem movimentação de MMII. Negava tosse, expectoração ou febre. A propedêutica revelou processo infeccioso de T8 e T9 com coleção pré-vertebral estendendo-se para o canal vertebral envolvendo o segmento medular e sinais de mielopatia compressiva, inferindo abscesso paravertebral e sugerindo espondilodiscite piogênica por TB. Tomografia de tórax com redução de hemitórax direito, derrame e espessamento pleural. A biópsia pleural e a cultura do líquido foram positivas para o bacilo da TB.

Resultados

Com 6 meses de evolução e por se tratar de um procedimento invasivo não isento de riscos, a equipe de neurocirurgia optou por não realizar biópsia da coluna. Assim, decidido por iniciar o tratamento empírico, já que havia TB pleural, sendo concluído em março de 2017. Os testes de escarros foram negativos durante todo tratamento, sem sintomas respiratórios. Houve melhora das dores na coluna, retorno da diurese espontânea e do hábito intestinal. Reduziu as queixas de MMII, conseguindo sentar na cadeira e firmar o tronco, mas mantendo anestesia de tornozelos e pés e hipoestesia nas coxas.

Conclusões/Considerações finais

CONCLUSÃO: Na doença de Pott ocorre estreitamento do espaço intervertebral, que é progressivamente destruído. Forma-se um abscesso paravertebral, que pode atingir os tecidos moles e fistulizar à distância. A biópsia da lesão óssea é de alta especificidade e baixa sensibilidade; porém, não deve basear o tratamento em caso de negatividade. Diante da história clínica e propedêutica realizada, levando em conta a importância desse diagnóstico devido a prevalência de TB no Brasil, foi feito o tratamento completo com melhora clínica considerável dos sintomas, a despeito da plegia.

Palavras Chaves

PALAVRAS-CHAVES: tuberculose óssea, doença de Pott e tuberculose pleural.

Área

Clínica Médica

Instituições

HOSPITAL JULIA KUBITSCHEK - Minas Gerais - Brasil

Autores

CAMILA OLIVEIRA FERNANDES, LAÍS GONÇALVES BRASIL, ANA CAROLINA BATISTA PACHECO, LEANDRO TEIXEIRA MORAIS, RITA DE CASSIA CORRÊA MIGUEL