14º Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 4º Congresso Internacional de Medicina de Urgência de Emergência

14º Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 4º Congresso Internacional de Medicina de Urgência de Emergência

MINASCENTRO - Belo Horizonte /MG | 04 a 06 de Outubro de 2017

Dados do Trabalho


Título

Relato de caso confirmado de Febre Amarela em Minas Gerais

Fundamentação/Introdução

Recentemente o Brasil conviveu com um surto de Febre Amarela (FA), registrando 1345 casos suspeitos, dos quais 295 foram confirmados e 215 óbitos relatados pelo Ministério da Saúde do Brasil. Em Minas Gerais (MG), os municípios mais afetados foram no leste e sul do estado.

Objetivos

Relatar o caso de paciente com diagnóstico confirmado de FA, bem como discutir a clínica e o contexto epidemiológico atual dessa doença, com destaque para MG.

Delineamento/Métodos

Estudo observacional do tipo relato de caso.

Resultados

A.B., 49 anos, sexo masculino, natural de Caratinga, morador de zona rural, hipertenso, não apresentava cartão vacinal atualizado, iniciou em dezembro de 2016 um quadro de mialgia, febre e dor em hipocôndrio direito, e evoluiu com icterícia. Procurou atendimento médico na cidade de origem, levantado como hipótese diagnóstica Leptospirose e iniciado tratamento com Ceftriaxona e Metronidazol. Paciente evoluiu com insuficiência renal aguda e insuficiência hepática, sendo então transferido para Belo Horizonte após 18 dias do início dos sintomas. No exame físico, a icterícia se destacava, laboratorialmente plaquetopenia, aumento de escórias nitrogenadas e enzimas hepáticas. Solicitado sorologia para Febre Amarela confirmando o diagnóstico. Notificado o caso, iniciado hidratação venosa, otimizado suporte nutricional. Exames de imagem como radiografia de tórax e ultrassonograifa abdominal sem alterações. Paciente evoluiu bem, com melhora das escórias nitrogenadas e função hepática. Após 16 dias de internação e seguindo as recomendações da nota técnica 03/2017 do CIEVS/ GEEPI/ GVSI de 18 de janeiro de 2017, o mesmo apresentava os critérios para alta hospitalar, sendo mais de 72 horas sem febre, com melhora clínica e laboratorial.

Conclusões/Considerações finais

A FA é uma doença infecciosa aguda, de gravidade variável transmitida pela picada de mosquitos infectados, cujos sintomas são febre, cefaleia, náuseas, vômitos, mialgia, icterícia e hemorragias. Em alguns casos podem levar a falência de órgãos múltiplos e choque. A doença apresenta uma letalidade de 20% a 50%.
Destaca-se a importância de educação pública sobre o risco da doença, as indicações de vacinação, a implementação de medidas para evitar picadas de mosquito e conscientização sobre manifestações clínicas dessa doença. As condições climáticas favoráveis para o vetor, alta mobilidade da população, associada à crise econômica e sua repercussão na infraestrutura, controle vetorial e programas de saúde pública precários contribuíram para o recente surto de FA.

Palavras Chaves

Febre Amarela, Minas Gerais, Saúde Pública

Área

Clínica Médica

Instituições

Hospital Evangélico de Belo Horizonte - Minas Gerais - Brasil

Autores

Icaro Wiermann Braga, Daniella Cristina Brites Almeida, Fabiana Rocha Brito, Priscilla Delchova Brito, Sylvia Aparecida Dias Turani