14º Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 4º Congresso Internacional de Medicina de Urgência de Emergência

14º Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 4º Congresso Internacional de Medicina de Urgência de Emergência

MINASCENTRO - Belo Horizonte /MG | 04 a 06 de Outubro de 2017

Dados do Trabalho


Título

SHUNT HEPÁTICO PORTOSSISTÊMICO COMO CAUSA DE ENCEFALOPATIAS RECORRENTES, RELATO DE CASO.

Fundamentação/Introdução

A encefalopatia hepática é caracterizada por um espectro de anormalidades neuropsiquiátricas potencialmente reversíveis vistas em pacientes com disfunção hepática ou shunt portossitêmico. As bactérias colônicas e as enzimas mucosas quebram a proteína digerida, liberando amônia do intestino, que entra na circulação portal do fígado e é convertido em uréia. Porém na presença de um shunt portossistêmico a amônia é encaminhada para a circulação sistêmica atingindo o sistema nervoso central resultando em diminuição da neurotransmissão excitatória e culminando na sintomatologia da encefalopatia hepática

Objetivos

Relatar caso ocorrido no Hospital Getúlio Vargas, Recife, em setembro de 2016.

Delineamento/Métodos

Estudo descritivo do tipo relato de caso baseado em dados obtidos através de anamnese, exame físico e exames complementares, associado a revisão na literatura

Resultados

Paciente, 59 anos, hipertenso e diabético com história de epistaxe e gengivorragia recorrentes iniciados há cerca de um ano e com piora nos 3 meses prévios a admissão. Referia ainda melena ocasional, sem febre ou perda de peso, porém sucedidas de quadro de desorientação. Rinoscopia mostrou petéquias e endoscopia evidenciou algumas telangiectasias em antro gástrico sangrantes. Colonoscopia normal. Nesse sentido pensou-se na hipótese de telangiectasias hemorrágicas. Paciente evoluiu durante internamento com episódio de melena seguida de queda do estado geral, anorexia, desorientação e asterixis compatível com quadro de encefalopatia hepática. Possuía histórico de doença hepática crônica secundário a esquistossomose, porém Child A. Foi realizada ultrassonografia de abdome que identificou ascite discreta, fígado heterogêneo com fibrose periportal, hipertensão porta e fluxo hepatofugal, caracterizando shunt portossistêmico. Foi feito então enema com lactulona e iniciado Imipenem, devido suspeita de peritonite bacteriana espontânea. O paciente obteve melhora após dois dias. A antibioticoterapia foi mantida por cinco dias e após este período foi iniciado ciprofloxacino profilático, recebendo alta em boas condições clínicas.

Conclusões/Considerações finais

Em pacientes com predisposição à encefalopatia hepática, a deglutição do sangue pode desencadear um episódio de encefalopatia aguda devido ao aumento da ingestão protéica a depender da presença e magnitude de um shunt portossistêmico. Assim a encefalopatia hepática recorrente pode ocorrer em pacientes com sangramentos gastrointestinais e epistaxe, apesar da presença de função hepatocelular normal.

Palavras Chaves

Encefalopatia Hepática, Shunt portossitêmico, telangiectasias

Área

Clínica Médica

Autores

Marîlia Carolina Braga de Moura, Rodrigo Medeiros Barbosa Arruda, Luis Felipe Ferreira de Carvalho, Sergio Gondim Barbosa de Souza