14º Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 4º Congresso Internacional de Medicina de Urgência de Emergência

14º Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 4º Congresso Internacional de Medicina de Urgência de Emergência

MINASCENTRO - Belo Horizonte /MG | 04 a 06 de Outubro de 2017

Dados do Trabalho


Título

Título: Cardiotoxicidade das antracíclinas no tratamento do câncer.

Fundamentação/Introdução

Fundamentação/Introdução:A cardio-oncologia (CO) é uma especialidade destinada ao cuidado cardiovascular do paciente em tratamento de câncer (CA).

Objetivos

Objetivos: Atenuar o risco cardiovascular dos pacientes tratados com quimioterapia(QT) ou radioterapia( RT). A cardiotoxicidade é um efeito adverso ao tratamento oncológico, responsável por aumento significativo da morbimortalidade, assim, os pacientes devem ser monitorizados. As antraciclinas (AC), drogas do tratamento de câncer de mama são potencialmente cardiotóxicas.

Delineamento/Métodos

Delineamento/Métodos: Estudo de caso, análise retrospectiva de prontuário médico. Paciente S.A.S. sexo feminino, 40 anos. Previamente hígida. Com diagnóstico de CA de mama HER2 negativo. Iniciado QT com Doxorrubicina 105mg/dose, Ciclofosfamida 1050mg e Paclitaxel 140mg. Paciente sem sintomas cardiovasculares. Exame físico: frequência cardíaca(FC):75 e pressão arterial(PA):120x80. Realizado eletrocardiograma, sem alterações.Ecocardiograma(ECO) com fração de ejeção(FEVE) de 77% e Strain:-24,1%. Paciente retorna com dispnéia, PA:130x80 e FC:100. Realizado ECO com FEVE:50% e Strain:-15,8. Iniciado carvedilol e enalapril, interrupção da QT.

Resultados

Resultados:Paciente com função cardíaca préviamente normal, que, em uso de AC, evoluiu com dispneia, queda da FEVE e redução do strain, estabelecendo o diagnóstico de cardiotóxicidade induzida por AC. Ao se instituir o tratamento, houve boa tolerância clínica e controle dos sintomas, com novo ECO melhor, constando FEVE:59% e Strain:-18,8%.

Conclusões/Considerações finais

Conclusão/Consideração final: A CO tem contribuído para reduzir os efeitos cardiovasculares e obter melhores resultados nos pacientes em tratamento do CA. Controlar os fatores de risco cardiovasculares, identificar os sinais de cardiotoxicidade e iniciar precocemente o tratamento aumenta a sobrevida dos pacientes oncológicos. A avaliação pré tratamento oncológico e o seguimento são indispensáveis. O ECO com a medida do Strain é essencial para detecção de alterações precoces. O peptídeo natriurético atrial e troponina ainda são controversos a respeito do momento em que devem ser dosados e qual o valor de corte para esse perfil de pacientes. Em caso de disfunção ventricular, a QT deverá ser suspensa e reiniciada posteriormente com supervisão do cardiologista e do oncologista. O tratamento deverá ser realizado com inibidores da enzima conversora de angiotensina e beta-bloqueador, com duração de um ano nos casos reversíveis e ad eternum nos casos de disfunção miocárdica permanente.

Palavras Chaves

Área

Clínica Médica

Autores

Filipe Rodrigues Cunha, Ana Luiza Lacerda Bamberg, Daniela Nascimento de SÁ, Maria Gabriella de Oliveira Cônsoli, Franciele de Angelis Silva