Manejo do Tratamento Endovascular em Porções Extracranianas de Artéria Carótida Interna com Estenose
A estenose de carótida extracraniana possui relação com a doenças de importante morbidade como a doença arterial coronariana e o ataque isquêmico transitório. Enormes avanços no campo das ciências endovasculares, nos últimos 10 anos, também permitiram a abordagem e o tratamento da doença aterosclerótica carotídea por uma via de menor morbidade e de eficácia comparável como é o tratamento endovascular.
Avaliar o perfil dos pacientes e as características de estenoses extra-cranianas tratadas com angioplastia em serviço de referência de neurocirurgia em Blumenau – SC.
Foi realizado um estudo retrospectivo observacional de 1228 casos consecutivos de estenose ateroesclerótica, pela revisão de prontuários médicos de serviço de Neurocirurgia de Blumenau, no período entre janeiro de 2005 a abril de 2017.
Foram abordados 1228 pacientes com estenose de artéria carótida interna em porção extra-craniana. A idade média dessa amostra foi de 69,88 anos, o sexo predominante foi o masculino com 64,35% e o lado mais encontrado foi o esquerdo com 52.61%. Houve tratamento bilateral em 20,11% dos casos. Em relação a sintomatologia do paciente, acidente vascular cerebral isquêmico esteve presente em 42,67% , seguido por 35,02% que apresentaram tontura. Acidente vascular isquêmico transitório esteve presente em 17,75% , e cefaléia em 7,57%. As comorbidades mais frequentes foram hipertensão arterial sistêmica em 94.71%, seguido por dislipidemia em 94,22% dos casos, cardiopatia em 25,49%, tabagismo em 24,45% e menos frequente diabetes mellitos tipo II em 19.54%. Dos pacientes tratados a maioria apresentava estenose de até 70%, sendo 38,44%; em segundo lugar ficaram as estenoses entre 70% e 90% com 37,79% dos casos; e 23,78% dos pacientes apresentaram estenose crítica, acima de 90%. Em 6,84% dos casos apresentaram oclusão contra-lateral, e 5,45% dos casos apresentaram dissecção da artéria em questão.. Em relação ao tratamento, 98,69% dos casos foram tratados com acesso femoral. A taxa de morbimortalidade foi de 1,87%, sendo óbito em 0,24%, AVC isquêmico em 0,98%, AIT em 0,41% e oclusão do stent em 0,24% dos casos.
Foram encontrados dados correspondentes aos encontrados na literatura. A baixa taxa de morbimortalidade demonstra que o tratamento endovascular vem constituindo-se como seguro e eficaz para o acidente vascular cerebral isquêmico.
Endovascular; estenose; artéria carótida interna.
Clínica Médica
Natália Tozzi Marques, Leandro José Haas, Liz Caroline Camilo, Letícia Saori Tutida, Marina Piquet