Título

INDICAÇÃO NÃO RENAL DE DIÁLISE: RELATO DE CASO

Fundamentação/Introdução

INTRODUÇÃO: Entre as indicações não renais de hemodiálise, se encontra a hipervolemia, complicação presente em cerca de 80% dos pacientes com insuficiência cardíaca congestiva. A diminuição do débito cardíaco e a incapacidade de manter adequado o volume intracelular promovem aumento da resistência vascular periférica e retenção de água e sódio. Assim, o aumento da pré-carga e da pós-carga contribui para o remodelamento miocárdico e a progressão da doença cardíaca e renal. O tratamento da sobrecarga líquida durante a diálise é orientado para a remoção da água em excesso, sendo melhor reduzir a sobrecarga volêmica em um período de duas a três diálises, a menos que a congestão pulmonar seja ameaçadora.

Objetivos

OBJETIVOS: Este trabalho objetiva relatar um caso clínico de indicação de hemodiálise por causa não renal.

Delineamento/Métodos

DESCRIÇÃO DO CASO: Paciente do sexo masculino, 87 anos, diabético e hipertenso, com história de colocação de stent por aneurisma de aorta torácica e em uso de glimepirida, losartana potássica, indapamida, alopurinol, colchicina e ácido acetilsalicílico, foi avaliado por nefrologista em 2014. Apresentava-se com clearance de creatinina de 26,09 mL/min, hiperuricemia (10,2 mg/dL) e proteinúria (1085 mg/24h). Em 2015, sem uso de antidiabético e em crise de gota, foi admitido em serviço de urgência com hipoglicemia. Exames laboratoriais: Hb: 11,9 g/dL, Ht: 35,6%, e elevação da troponina (0,2 mg/mL) e da CK-MB (28 U/L), que podem indicar lesão miocárdica e disfunção renal.

Resultados

Posteriormente, apresentou melena e broncopneumonia com dispneia importante. Radiografia de tórax: opacidade em base pulmonar direita, elevação da hemicúpula diafragmática ipsilateral, obstrução dos seios costofrênicos e ectasia de aorta. O hemograma evidenciou anemia com o fenômeno de Rouleaux, sugestivo de lesão renal. Hb: 7,6 g/dL, Ht: 24,9%. Com fração de ejeção de 31%, remodelamento miocárdico concêntrico e disfunção diastólica ventricular esquerda, instituiu-se como terapêutica a administração de eritropoietina e colocação de permcath para diálise crônica.

Conclusões/Considerações finais

CONCLUSÃO: O caso relatado traz à luz a discussão da terapêutica de uma situação complexa, onde há associação de diferentes patologias interferindo na evolução clínica do paciente. É importante salientar que, apesar de o paciente apresentar nefropatia, a causa da indicação do tratamento dialítico foi hipervolemia, consequência da insuficiência cardíaca que apresentava, mostrando como são interligados os sistemas cardiovascular e renal.

Palavras Chaves

Hemodiálise.Hipervolemia. Insuficiência Cardíaca.