14º Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 4º Congresso Internacional de Medicina de Urgência de Emergência

14º Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 4º Congresso Internacional de Medicina de Urgência de Emergência

MINASCENTRO - Belo Horizonte /MG | 04 a 06 de Outubro de 2017

Dados do Trabalho


Título

POLIARTERITE NODOSA, UM DESAFIO DIAGNÓSTICO

Fundamentação/Introdução

A Poliarterite Nodosa (PAN) é uma vasculite necrosante multissistêmica, caracterizada pela presença de um processo inflamatório agudo e necrose fibrinóide de artérias de médios e pequenos calibres. Cursa com grande variabilidade de sinais e sintomas, acometendo principalmente homens de meia idade (40 a 60 anos), e geralmente envolve artérias renais, viscerais e pele.

Objetivos

Relatar um caso incomum de uma doença rara, que entra como diagnóstico diferencial de diversas patologias clínicas que cursam com febre, leucocitose e elevação de PCR.

Delineamento/Métodos

Estudo observacional; descritivo; relato de caso.

Resultados

CCF,masculino, 59 anos, taxista, diabético e dislipidêmico procurou o Pronto Socorro, com queixa de precordialgia e tosse oligoprodutiva há 2 dias. Realizado eletrocardiograma e troponina, sem alterações; e cateterismo, que evidenciou ponte miocárdica. Exames bioquímicos apresentaram leucocitose com desvio e radiografia de tórax, hipotransparência à esquerda. Optado por internação e iniciado antibioticoterapia. Durante a permanência no hospital, evoluiu com dor testicular, mialgia, febre diária, persistência da leucocitose e aumento do PCR, sendo avaliado pela infectologia e trocado esquema antimicrobiano. Realizado ultrassom de testículos, evidenciando epididimite. Foi tratado, e após defervescência do quadro e queda da leucocitose, recebeu alta hospitalar. Em casa, manteve os sintomas, sendo encaminhado para reinternação com piora dos critérios infecciosos. Realizada pesquisa para febre de origem obscura e solicitada avaliação da urologia, hematologia, oncologia e reumatologia. Levantada a hipótese diagnóstica de PAN devido a associação do quadro clínico e laboratorial, com a presença de livedo reticular e perda de peso. Iniciada propedêutica diagnóstica e corticoterapia em dose imunossupressora. Evoluiu com melhora clínica importante, sem novos sintomas ou alterações laboratoriais. Biópsia de músculo da coxa negativa, porém realizada após dois meses do início do tratamento. Aguardando realização de biópsia de músculo congelado, mais fidedigna para estes casos.

Conclusões/Considerações finais

Com base na literatura analisada, e no caso citado, conclui-se que apesar da PAN ser uma doença rara, deve ser sempre lembrada como diagnóstico diferencial, pois também cursa com sintomas comuns de diversas patologias.

Palavras Chaves

Poliarterite Nodosa; Vasculite; Doença rara

Área

Clínica Médica

Instituições

Hospital Vera Cruz - Minas Gerais - Brasil

Autores

Rafaela Santos Garcia, Daniela Almeida Alves, Camila Lopez Zica, Everlyn Maria Engel, Corina Quental Menezes Alvarenga