Hemodiálise e qualidade de vida: estudo exploratório descritivo com pacientes atendidos no serviço de Hemodiálise no maior centro hospitalar da cidade de Montes Claros-MG.
A hemodiálise, com o aumento da expectativa de vida e maior prevalecia das doenças renais, vem ganhando cada vez mais espaço na terapia com pacientes renais crônicos. Apesar de aumentar a sobrevida dos pacientes, muitas vezes não restaura a sua saúde de forma plena, reduzindo assim a qualidade de vida destes no período durante ou após o procedimento.
Analisar a qualidade de vida de pacientes hemodialíticos no maior centro hospitalar da cidade de Montes Claros.
Foi realizado um estudo exploratório descritivo com pacientes atendidos no serviço de Hemodiálise do maior Hospital de Montes Claros-MG. A obtenção dos dados foi feita através da aplicação de dois questionários em um grupo de 126 pacientes, sendo um Sócio-Demográfico-Ocupacional e outro sobre qualidade de vida (SF-36) no período de abril a julho de 2016.
Constatou-se que dos 126 pacientes entrevistados, 73 (57,9%) destes eram do sexo masculino, com idade predominante na faixa entre 60-70 anos (31,7%) e 40-50 anos (18,2%) e em sua maioria com renda familiar entre 1 a 4 salários mínimos compreendendo 65,9% do total. A maioria dos pacientes (74%) apresentou tempo de tratamento hemodialítico inferior a 10 anos. Relacionado ao questionário SF-36, o escore médio das dimensões avaliadas com os menores valores apresentados foram as limitações por aspectos físicos (35,6) e a capacidade funcional (44,9), mostrando que apesar de aumentar o tempo de sobrevida dos pacientes, o tratamento com hemodiálise, normalmente não diminui o impacto negativo causado na vida destes. Os maiores escores foram os aspectos sociais (69,4), mostrando a consonância com o questionário sócio demográfico (renda familiar), e saúde mental (68,3), evidenciando um sentimento de conformidade com seu estado de saúde. Os aspectos físicos (35,6), vão evidenciar que apesar de aumentar o tempo de sobrevida dos pacientes, a hemodiálise normalmente não diminui o impacto causado na vida destes. A vitalidade (54,8) tem correlação negativa quando comparada com a idade, visto que mais da metade dos pacientes avaliados são idosos. O mesmo pensamento pode ser atribuído para os domínios de dor (42,3), limitação por aspectos emocionais (62,7) e capacidade funcional (44,9).
Este estudo demonstrou que, apesar da necessidade do tratamento, existe um evidente comprometimento da qualidade de vida dos pacientes em que são submetidos a hemodiálise, principalmente quando associados a duração do tratamento e o avançar da idade.
Hemodiálise. Qualidade de vida. Impacto social.
Clínica Médica
Faculdades Integradas Pitágoras de Montes Claros - FIPMoc - Minas Gerais - Brasil
THIAGO ARAÚJO MAGALHÃES, MURILO MALTA BATISTA, RAFAEL EFRAIM NOBRE, LIDIANNE FROTA LACERDA MOTA, CARLOS EDUARDO MENDES D'ANGELIS