Relato de Caso: Hum venoso como causa de zumbido
O zumbido é uma das queixas otológicas mais comuns com que o otorrinolaringologista se depara na prática clínica, havendo inúmeras possíveis etiologias para o mesmo. É um sintoma que afeta considerável parcela da população, considerado o terceiro pior fator que pode acometer o ser humano.
É um transtorno que produz extremo desconforto, de difícil caracterização e tratamento, e de acordo com sua gravidade pode excluir os acometidos do convívio social e até levar ao suicídio. As limitações geradas pelo zumbido dependem muito de fatores psicológicos primários, como a dificuldade de lidar com o problema, alterações do humor, baixa concentração, irritabilidade e perda do controle.
Os zumbidos originados do sistema auditivo neurossensorial são mais freqüentes que os zumbidos originários do sistema para-auditivo, constituindo os que apresentam a fisiopatologia mais complexa, sendo o mais angustiante para o paciente e o mais desafiador para o medico.
O hum venoso caracteriza-se por zumbido pulsátil sincrônico com os batimentos cardíacos é pouco freqüente, sendo de etiologia tanto vascular arterial (malformações, fístulas artério-venosas) ou venosa (anormalidades do bulbo jugular, tumor glômico jugular ou timpânico).
Analisar os aspectos clínicos do hum venoso como causa base de zumbido em uma paciente jovem através de um relato de caso, compreender a sintomatologia do hum venoso, determinar o grau de incapacidade gerado pela doença ao paciente e correlacionar os aspectos clínicos do caso com os achados literários.
Trata-se de um estudo de caso de natureza qualitativa sobre o hum venoso, onde o sujeito envolvido foi uma paciente, 28 anos, branca, solteira, médica, natural de Formiga – MG, mora atualmente em Belo Horizonte. As informações foram colhidas por meio do relato da paciente e por documentos de investigação diagnóstica.
O tratamento definitivo é de extrema complexidade, dando poucas alternativas ao paciente, a não ser adaptar-se ao zumbido, gerando estresse intenso o que piora ainda mais o quadro. Sendo, portanto indicado como tratamento paliativo medidas alternativas como: Acupuntura e uso de ansiolíticos que nem sempre são eficazes. Causando frustração ao paciente.
Os benefícios provenientes desta pesquisa foram refletidos através da agregação de um novo conhecimento sobre uma patologia rara, de difícil diagnóstico que apresenta características peculiares e de grande incômodo para a população.
Clínica Médica
Paula Corrêa Côrtes, Fernando Elias Mosci Sader, Saulo Vianna Amador dos Santos