14º Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 4º Congresso Internacional de Medicina de Urgência de Emergência

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MINASCENTRO - Belo Horizonte /MG | 04 a 06 de Outubro de 2017

Dados do Trabalho


Título

ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DE COINFECÇÃO LEISHMANIOSE VISCERAL AMERICANA E HIV: REALIZAÇÃO DE TRIAGEM DE HIV EM PACIENTES COM SINTOMAS DE LEISHMANIOSE

Fundamentação/Introdução

Tratando-se de paciente portador do vírus HIV a leishmaniose visceral americana (LVA) torna-se ainda mais perigosa, pois ambas as doenças cursam com imunossupressão, agravando o quadro clínico. Sua transmissão é predominantemente pelo vetor Lutzomyia longipalpis,no chamado ciclo natural (NEVES, 2016); contudo, segundo a Fiocruz, têm-se uma urbanização da leishmaniose e uma ruralização do HIV, essa tendência decorre, principalmente, do crescente e potencial uso de drogas injetáveis, que pode transmitir a LVA.

Objetivos

Análise epidemiológica dos casos de LVA em coinfecção com HIV no Brasil.

Delineamento/Métodos

Trata-se de um estudo ecológico analítico, cujos dados foram coletados no DATASUS. Em seguida, foi realizada análise estatística, utilizando o programa SPSS, mediante teste T de student.

Resultados

No período de 2007 a 2015, foram registrados 33.488 casos de leishmaniose visceral, sendo que 22.042 (65,82%) não apresentavam HIV, 2.231(6,66%) possuíam e 9.215(27,51%) não tiveram averiguação. Foram registrados 21.154 casos em homens (63,2%), sendo 1.724 com associação ao HIV (77,27% dos casos totais de LVA com HIV). A raça mais afetada foram os pardos com 22.214 (66,33%). A faixa etária com maior número de LVA é 01-10 anos com 15.525 (46,36% do total de casos), sendo a de maior coinfecção dos 20-59 anos com 1.930 (86,50%). Observa-se que os estados com maior quantidade de casos sem averiguação de HIV foram: Pará (47,41%), Alagoas (39,74%), Amazonas (41,66%) e Bahia (41,64%). Nota-se, ainda, aumento na proporção da coinfecção de 2007-2011(5,1%) para 2012-2015(8,7%(p=0,002)). Taxa de mortalidade para não infectados com HIV foi 5,93% e 9,05% em infectados (p=0,002). Taxa de mortalidade do grupo sem averiguação foi 6,72%, relativamente maior, se comparado com o grupo sem HIV (5,93% (p=0,059)).

Conclusões/Considerações finais

Foi observado no grupo de HIV maior incidência em sexo masculino (77,27%) e em faixa etária adulta (86,5%) se tratando, assim, de grupos de risco. Houve maior mortalidade na associação das duas doenças, assim sendo, uma menor taxa de cura que, muitas vezes, sofre recidiva de 90% (SOUSA GOMES, 2011). Nota-se, ainda, maior mortalidade no grupo em que não houve averiguação de HIV, em relação ao grupo que não possui, associando-se, possivelmente, a casos do mesmo não detectado. Dessa forma, vê-se a importância de realizar a triagem de HIV em paciente com sintomatologia de LVA e maior prevenção de sua transmissão.

Palavras Chaves

Leishmaniose visceral; HIV; Coinfecção, Epidemiologia.

Área

Clínica Médica

Instituições

Universidade Federal de Alagoas - Alagoas - Brasil

Autores

Marcos Roberto Campos Junior, Brenda Evelyn Cirilo Felix, Paula Estevam Pedrosa Toledo, Martha Alves Mendonça, Débora Cristina Silva Batista