Perfil epidemiológico dos pacientes com síndrome coronariana aguda e taxa de óbito hospitalar em hospital geral de atenção secundária sem serviço de hemodinâmica na zona sul da cidade de São Paulo – SP
Introdução : a doença arterial coronariana (DAC) é a principal causa de óbito no Brasil, chegando a representar 30% das mortes na faixa etária dos 20 aos 59 anos. A população de pacientes acometidos pela síndrome coronariana aguda (SCA) constitui-se em um grupo muito heterogêneo e com prognósticos diferentes entre si.
O objetivo do presente estudo é traçar o perfil epidemiológico dos pacientes admitidos com síndrome coronariana aguda e taxa de óbito hospitalar em hospital geral de atenção secundária sem serviço de hemodinâmica na zona sul da cidade de São Paulo – SP.
Metodologia: Foi realizado um estudo retrospectivo observacional. Foram avaliados 176 pacientes admitidos com diagnósticos de Síndrome Coronariana Aguda (SCA), no período de maio de 2014 a abril de 2015. O critério de inclusão foi paciente com idade igual ou superior a 18 anos e diagnosticados com síndrome coronariana aguda. O projeto foi aprovado no Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital.
Resultados: A idade média dos pacientes avaliados foi de 60,2 anos, sendo 37,8% (67) do sexo feminino. 33,8% (60) dos pacientes apresentaram síndrome coronariana aguda com supradesnivelamento do segmento ST (SCACSST) e 117 (66.1%) dos pacientes apresentaram síndrome coronariana aguda sem supradesnivelamento do segmento ST (SCASSST). Dos que apresentaram SCACSST, 33% (20) eram do sexo feminino, com idade média de 59,3 anos. 88% (53) apresentaram hipertensão arterial, 30%(18) diabetes mellitus, 18% (11) dislipidemia, 40% (24) eram tabagistas e 11.6% (7) tiveram infarto prévio. Foram trombolisados com tenecteplase 35%(23), 40% (24) fizeram cineangiocoronariografia, 20%(12) realizaram angioplastia com stent e 5% (3) fizeram cirurgia de revascularização do miocárdio. O tempo médio de internação foi de 13,4 dias com 8% (5) de óbitos.
Dos que apresentaram SCASSST 38,4% (47) eram do sexo feminino, com idade média de 61,1 anos . 74,3% (87) apresentaram hipertensão arterial, 30,7%(36) .diabetes mellitus, 35%(41) dislipidemia, 36.7% (43) eram tabagistas e 8.5% (10) tinham infarto prévio. 44,4% (52) fizeram cineangiocoronariografia, 11.9%(14) realizaram angioplastia com stent e 2.5% (3) fizeram cirurgia de revascularização do miocárdio. O tempo médio de internação foi de 16 dias com 3.3% (3) de óbitos.
Conclusões: A ausência de serviço de hemodinâmica em hospital geral não aumentou a taxa de óbito intra-hospitalar de pacientes com síndrome coronariana aguda.
Angina, síndrome coronariana aguda,
Clínica Médica
Júlia Galvani Nobre Ferraz, Amanda Batalha, Alice Tatsuko Yamada, Lara Grazziotti Ceolin, Symont Phillip