CARACTERIZAÇÃO DO TIPO DE FRATURA E CORREÇÃO CIRÚRGICA EM IDOSOS ADMITIDOS POR FRATURA DE FÊMUR EM UM HOSPITAL TERCIÁRIO DE MACEIÓ-ALAGOAS.
INTRODUÇÃO: A incidência de fraturas de fêmur vem aumentando nos últimos anos em decorrência do envelhecimento populacional. Estima-se que em 2050 haverá 4,5 milhões de novos casos no mundo, sendo o tratamento cirúrgico geralmente indicado. Um dos fatores que impactam negativamente na morbimortalidade é o atraso na realização da cirurgia, especialmente após 48 horas da admissão.
OBJETIVOS: Caracterizar o tipo de fratura e correção cirúrgica em idosos com fratura de fêmur.
MÉTODOS: Estudo descritivo e retrospectivo, com revisão de prontuários eletrônicos de 188 pacientes com 60 anos ou mais admitidos por fratura de fêmur na Santa Casa de Misericórdia de Maceió, Alagoas, entre 2009 e 2016. Foram analisadas as variáveis: tipo de fratura, tipo de tratamento cirúrgico, tempo em dias entre a admissão hospitalar e procedimento cirúrgico e tipo de atendimento.
RESULTADOS: 74,41% das internações tiveram financiamento particular (4,26%) ou por saúde suplementar (70,21%). Dentre as fraturas, 45,75% foram trocantéricas, 38,83% de colo femoral, 6,91% diafisárias, 2,66% em fêmur distal e 5,85% não foram especificadas em prontuário. Quanto à técnica de correção cirúrgica, a mais utilizada foi a artroplastia total de quadril (20,21%), seguida da osteossíntese por haste intramedular (7,97%). O tempo médio decorrido entre a admissão hospitalar e o tratamento cirúrgico foi de 4,87 dias, variando de 1 a 67 dias. 22,34% dos procedimentos foram realizados nas primeiras 24 horas da internação; 19,15% entre 24 e 48 h e 58,51% acima de 48 horas da admissão.
CONCLUSÕES: A fratura de região trocantérica foi o tipo mais comumente encontrado nos idosos avaliados (45,75%) e a correção cirúrgica mais frequente foi a artroplastia total de quadril (20,21%), o que está de acordo com os dados encontrados na literatura. O intervalo médio até o procedimento cirúrgico de 4,87 dias foi menor que o apresentado em dados nacionais (6 a 9 dias). Pesquisas recentes mostram que um tempo maior de 24 horas aumenta a morbimortalidade em 1.8% a cada hora de atraso. Acredita-se que o atraso encontrado deve-se a questões burocráticas, o tipo de atendimento e condições clínicas dos pacientes.
PALAVRAS CHAVES: Idosos, fraturas do fêmur, fixação de fratura
Clínica Médica
Faculdade de Medicina da Universidade Tiradentes - Alagoas - Brasil, Santa Casa de Misericórdia de Maceió - Alagoas - Brasil, UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS - Alagoas - Brasil
LAURA GIOVANA GONZAGA COELHO, YASMIN CARDOSO MONTEIRO FORMIGA , MARCELLA DE ALBUQUERQUE WANDERLEY , DAVID COSTA BUARQUE , HILTON JOSÉ MELO BARROS